O principal índice de ações da Bovespa fechou em forte baixa nesta segunda-feira, pressionado pelo cenário político conturbado após vazamento da delação de um ex-diretor da Odebrecht citando o presidente Michel Temer e políticos próximos a ele. A queda do Ibovespa foi puxada, principalmente, pela desvalorização das ações da Vale, Bradesco e Itaú Unibanco.
Ibovespa Hoje
O Ibovespa fechou em queda de 2,19% nesta segunda-feira, 12 de dezembro de 2016, cotado em 59.178,62 pontos.
Ibovespa em Dezembro
Em dezembro, após oito pregões, o principal índice de ações brasileiro acumula uma desvalorização de 4,41%. Ao longo do mês, foram realizados cinco pregões de baixa contra três de alta. No pregão do dia 30 de novembro, o indicador encerrou o décimo primeiro mês do ano cotado em 61.906,36 pontos.
Ibovespa em 2016
Em 2016, após duzentos e trinta e seis pregões, o Ibovespa acumula uma valorização de 36,51%. No último pregão de 2015, o principal índice acionário do país fechou cotado em 43.349,96 pontos. São cento e trinta pregões de alta, contra cem e quatro de baixa e dois sem nenhuma variação no preço de fechamento ao longo do ano.
Cenário Externo
O Ibovespa foi influenciado pela forte alta nos preços do petróleo no mercado internacional.
Membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e países que não pertencem ao grupo informaram, no sábado, que fecharam o primeiro acordo para cortar a produção de petróleo desde 2001.
O mercado de ações também estava de olho na reunião do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, na quarta-feira.
A aposta da maioria dos investidores é de que os juros devem subir. Juros mais altos nos EUA poderiam atrair para lá recursos atualmente investidos em outros países onde os rendimentos são maiores, como é o caso do Brasil.
- Espanha: +0,18%
- Itália: +0,42%
- Portugal: -0,03%
- França: -0,07%
- Alemanha: -0,12%
- Inglaterra: -0,92%
As principais Bolsas de Valores da Ásia e do Pacífico também não tiveram uma direção comum:
- Japão: +0,84%
- Coreia do Sul: +0,13%
- Austrália: +0,04%
- Cingapura: -0,13%
- Taiwan: -0,46%
- Hong Kong: -1,44%
- China: -2,49%
Cenário Interno
No cenário local, os investidores estavam preocupados, após o vazamento da delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Claudio Melo Filho, que citou recursos repassados a líderes peemedebistas.
Foram citados o presidente Michel Temer (PMDB); o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-CE); o secretário de Parceria e Investimentos do governo Temer, Moreira Franco (PMDB), entre outros.
A preocupação é de que a crise política possa atrapalhar a aprovação de medidas econômicas no Congresso.
Só nesta semana, o governo tem importantes votações no Congresso, como a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que limita o crescimento do gasto público em segundo turno no Senado, na terça-feira.
Além disso, a desaprovação ao governo Temer subiu para 51% em dezembro, ante 31% em julho, acompanhada da queda na confiança na economia, segundo pesquisa Datafolha divulgada na véspera.
O levantamento foi realizado entre 7 e 8 de dezembro, antes de surgirem detalhes da delação da Odebrecht.