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Mercados ainda reagem à decisão do Fed

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O Banco Central dos Estados Unidos passou a prever três altas na taxa de juros norte-americana em 2017, ao invés de apenas duas, e esse foi o destaque do desfecho da reunião de política monetária no fim da tarde de ontem. O tom mais duro (“hawkish”) do Federal Reserve, considerando-se a política fiscal expansionista do presidente eleito Donald Trump, provoca uma correção nos ativos de maior risco, sobretudo emergentes, e fortalece o dólar.

A moeda dos EUA é a principal beneficiada do aumento do custo do empréstimo no país, para o intervalo entre 0,50% e 0,75%, ganhando terreno ante os demais rivais. A exceção fica com o xará australiano, que mede força após dados melhores que o esperado sobre o emprego no país-continente. Nas bolsas, Tóquio subiu levemente, diante da desvalorização do iene, mas o sinal negativo prevaleceu no pregão das praças asiáticas e da Oceania.

No Ocidente, os índices futuros das bolsas de Nova York ensaiam alta, tentando exibir uma reação após a queda da véspera, mas esse sinal positivo será testado ao longo do dia, em meio a uma forte agenda de indicadores econômicos. Na Europa, as bolsas abriram em queda, na primeira reação à decisão do Fed, e sob impacto também da queda do petróleo.

O barril da commodity exibe perdas moderadas e se sustenta na faixa de US$ 50, com os investidores se ajustando à perspectiva de alta mais acelerada dos juros nos EUA e também ao aumento maior que o esperado da produção de petróleo pelo cartel da Opep em novembro. Os metais básicos recuam.

O fato é que o segundo aperto monetário promovido pelo Fed em um ano adicional volatilidade aos mercados financeiros, com o BC dos EUA entrando ainda mais no modo de redução da liquidez global e retirada de estímulos, que empoçavam os negócios de recursos pelo mundo e beneficiavam a busca pelo rendimento em ativos mais arriscados. Mas o pano de fundo da decisão do Fed é a vitória de Trump nas eleições norte-americanas.

Após o Fed ficar inerte ao cenário de juros baixos e inflação fraca, o período após a eleição de Trump como presidente dos EUA levaram ao aumento tanto dos rendimentos dos títulos do país (Treasuries) quanto das expectativas de alta dos preços. E o fato de ao menos 11 dos 17 membros votantes do colegiado do Fed mostra a intenção de ser mais agressivo no ciclo de aumento dos juros da maior economia do mundo – com impacto global.

No Brasil, a esse fator soma-se o risco político, que parece como uma nuvem negra sobre Brasília, que simplesmente não se dissipa nem causa uma tempestade perfeita. O presidente Michel Temer e importantes membros da sua equipe têm sido alvo de denúncias, o que deixa os investidores em alerta.

Ontem, a delação premiada da Odebrecht produziu a primeira baixa no governo Temer. Trata-se do assessor especial da Presidência e amigo pessoal do presidente, o advogado José Yunes, citado pelo ex-executivo da empreiteira Claudio Melo Filho como quem teria recebido parte do repasse de R$ 10 milhões feito ao PMDB.

O delator, aliás, teria apresentado ligações telefônicas como provas “robustas” sobre o episódio – que também teria sido confirmado pelo ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht. Os próximos a deixar o governo podem ser o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e o secretário-executivo Moreira Franco (PPI).

Fala-se até que o “Angorá”, na lista da Odebrecht, já estaria com a carta de demissão pronta, ao passo que o “Primo” negou a saída do governo e disse que não vai deixar o presidente na mão. Diante do risco de todos afundarem juntos, alguns partidos já sinalizam que podem abandonar o barco, como o PSB e o DEM.

Esse último partido aliado surpreendeu com o pedido de um dos seus principais representantes, o senador Ronaldo Caiado, que defendeu a renúncia de Temer e sugeriu antecipar as eleições gerais. Aliás, os governistas barraram ontem uma emenda que liberaria eleição direta para presidente até junho de 2018, caso Temer deixe o cargo antes do término do mandato.

Para o deputado Carlos Marum (PMDB-MS) disse que a emenda é um “casuísmo”. Outra saída também no radar é um impeachment de Temer, pauta que pode ser analisada pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) até a última sessão do ano, na próxima segunda-feira. O tema foi levado à Corte pelo presidente da Câmara Rodrigo Maia, o “Botafogo”.

Ontem, porém, o embate entre Judiciário e Legislativo ressurgiu, após a decisão do ministro Luiz  Fux, do STF, de retirar o projeto anticorrupção da pauta do Senado e devolvê-lo à Câmara, dizendo que ‘houve uma evidente sobreposição do anseio popular pelos interesses parlamentares. Para Maia, a decisão é uma intromissão, o que tende a acirrar novamente os nervos dos dois Poderes.

Na agenda do dia, a quinta-feira começa com a divulgação do primeiro IGP do mês e, consequentemente, com o primeiro resultado fechado do ano. O IGP-10 deve ganhar força e subir 0,17% em dezembro, acumulando alta inferior a 7% no ano. Os dados efetivos serão divulgados às 8h.

Depois, às 8h30, o Banco Central informa o seu índice de atividade econômica (IBC-Br), que deve cair 0,50% em outubro ante setembro, reforçando a expectativa de retração da economia no último trimestre de 2016. Na comparação com um ano antes, o indicador deve ceder 5,25%.

No exterior, o calendário econômico está carregado. Nos EUA, às 11h30, saem os pedidos semanais de auxílio-desemprego; a inflação ao consumidor (CPI) em novembro; e o índice de atividade em Nova York e na Filadélfia neste mês. Às 12h45, é a vez do índice dos gerentes de compras (PMI) do setor industrial norte-americana como um todo.

Por fim, às 13h, será conhecido o índice de confiança das construtoras nos EUA em dezembro. Antes, na Europa, sai a prévia deste mês dos índices PMI do setor de serviços e da indústria na zona do euro (7h). Fora da região da moeda única, merece atenção a decisão de política monetária do Banco Central da Inglaterra (BoE), às 10h.

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