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Cortar os juros em 0,50 ou 0,75 ponto, eis a questão do Copom; veja os prós e os contras

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Já se tornou unânime entre analistas que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) vai acelerar o corte dos juros, que se manteve em 0,25 ponto percentual nas duas últimas reuniões. Mas se a maioria ainda trabalha com um corte de 0,50 ponto, cresce o número dos que passaram a esperar um corte maior, diante da forte queda da atividade econômica.

Nessa lista dos mais agressivos está o quase presidente do Banco Central, Mário Mesquita, hoje responsável pelo Departamento de Economia do Itaú Unibanco. Segundo relatório do banco, a queda da inflação corrente, mais intensa e difundida do que o esperado, e a perspectiva de retomada econômica ainda mais lenta do que se antecipava, sugerem um corte mais agressivo na taxa de juros. “Acreditamos que o Copom irá reduzir a Selic em 0,75 ponto percentual, que nos parece ser mais consistente com sua comunicação atual, bem como com os últimos indicadores econômicos”.

Copômetro indica queda maior

Além dos indicadores econômicos, Mesquita e sua equipe usam o chamado “Copômetro”, um indicador criado por seu antecessor no Itaú, Ilan Goldfajn, atual presidente do BC, e que tenta avaliar a disposição dos dirigentes do Copom em baixar os juros por suas declarações à imprensa e ao mercado. De acordo com esse indicador, o tom ficou mais expansionista (baixista) nos últimos tempos e reforça o cenário de aceleração dos cortes de juros.

Sugestão de leitura Empiricus: Como funciona o Tesouro Direto.

BC dá trela para corte de 0,75

Para o Itaú, os dirigentes do BC, em seus discursos e declarações, abrem espaço para que o mercado mantenha a discussão entre um corte de 0,50 e 0,75 ponto. E acredita que uma estratégia de flexibilização gradual dos juros permanece importante e mais adequada para garantir a ancoragem das expectativas e a queda permanente da inflação. Mas do ponto de vista de custo-benefício entre uma queda maior da inflação mantendo os juros altos e a atividade econômica, o Copom “deveria neste momento optar por um ajuste mais “front-loaded” (antecipado) das condições monetárias”.

Riscos para a inflação

Mesquita e sua equipe entendem que um corte mais forte dos juros não comprometerá os objetivos de longo prazo do BC, de reduzir a inflação permanentemente nos próximos anos, e explicar isso deve ser o tom do comunicado da reunião. Para o economista do Itaú, o risco para a inflação está mais no cenário externo e nas incertezas políticas domésticas, especialmente o ajuste fiscal, que podem elevam o prêmio de risco do Brasil e o dólar. Há ainda o risco de, sem ajuste suficiente, o governo tenha de recorrer ao aumento de impostos e redução de desonerações, o que também seguraria a inflação alta por mais tempo

Já puxando a inflação para baixo está o chamado hiato do produto, que é a capacidade da economia brasileira atender a sua demanda sem provocar inflação. Com a forte recessão, a capacidade ociosa das indústrias garante um espaço para aumentar a produção sem aumento de preços que manteria os preços livres em queda nos próximos meses.

Devagar com a Selic

O Banco do Brasil Investimentos, por sua vez, trabalha com 0,50 pontos de corte e explica por que não crê em 0,75 ponto. Para o BB, é fato que a inflação recuou significativamente ao longo do ano passado, especialmente no último quadrimestre. Mas o cenário recessivo contribuiu substancialmente para a queda nos preços, mais que o equilíbrio salutar entre oferta e demanda.

Mas, apesar da queda do IPCA em 12 meses, para 2017, mesmo com as projeções de um percentual mais baixo, 4,81%, ele ainda está acima da meta de 4,5% do BC.

IGPs mostram: inflação do atacado vem aí

Já os dados de inflação no atacado do fim do ano passado, no IGP-M e IGP-DI de dezembro, e no começo deste ano, na primeira prévia do IGP-M de janeiro, ficaram acima do esperado pelo mercado, podendo levantar dúvidas sobre a sustentabilidade do atual nível de inflação. A questão é como o varejo reagirá quando os preços no atacado chegarem na ponta do consumidor.

Outro dado contra o corte de 0,75 ponto foi a divulgação hoje das vendas no varejo de novembro, que ficaram acima do esperado pelo mercado. Apesar do impacto da Black Friday, o BB observa que o crescimento das vendas “acendeu um sinal amarelo em relação à sensibilidade de uma pressão de preços oriunda de um aumento repentino da demanda, no atual cenário doméstico”.

Lá vem o Trump

Há ainda o Fator Trump, já que o polêmico empresário Donald Trump assumirá o posto de presidente da maior economia do mundo no dia 20 de janeiro. Se ele cumprir algumas das promessas de cortes de acordos comerciais feitos na campanha, pode haver uma reação forte dos mercados, especialmente os emergentes. Mas há também a possibilidade de o Brasil se beneficiar das medidas de estímulo ao crescimento econômico americano, que já provocaram um aumento nos preços das commodities.

Corrigindo “erro” do passado

Outro que não acredita em corte de 0,75, mas 0,50, é a SulAmérica Investimentos. A gestora diz que parte do mercado passou a trabalhar com um corte de 0,75 acreditando que seria uma forma de o Copom “compensar” o “erro” de não ter reduzido os juros em 0,5 ponto na reunião passada, apesar da atividade muito fraca que o esperado.

Dólar mais baixo e atividade cambaleante

O crescimento da atividade industrial de novembro, de 0,2% sobre o mês anterior, bem abaixo do 1,3% esperado pelo mercado, reforçou a expectativa do corte de 0,75 ponto. Outro fator positivo é a taxa de câmbio, que se valorizou consideravelmente as últimas semanas. Desde a última reunião do Copom em 30 de novembro, o dólar já caiu 6%, voltando ao nível de antes da eleição de Donald Trump. E o dólar mais baixo ajuda a Petrobras a manter os preços da gasolina estáveis, segurando inflação.

Sinais de atividade

Mas a Sulamérica espera um corte de 0,5 ponto pois acha que a inflação esperada pelo mercado ainda está acima do centro da meta, de 4,5% e há incertezas sobre o ritmo de crescimento da atividade econômica. Outros indicadores de atividade mostraram alguma força recentemente, como a produção de veículos em dezembro e as vendas dos supermercados em novembro. Por isso, a gestora acredita que o BC poderá deixar aberta a possibilidade de cortes de 0,75 ponto para outras reuniões se o cenário de atividade e inflação em baixa continue.

Reforças e Trump

Também a Guide Investimentos trabalha com 0,5 ponto de corte, apesar de reconhecer que o mercado já estima um corte maior. Segundo a corretora, embora existam bons motivos para que o BC intensifique os cortes de juros nos próximos meses, há também razões para alguma cautela, incluindo a (i) tramitação das reformas fiscais no Congresso e (ii) os rumos da economia dos EUA, agora sob o comando de Donald Trump.

A Guide lembra que o consenso dos economistas é que a Selic vá para 10,25% no final deste ano. “Esperar um patamar abaixo deste já nos parece um cenário muito otimista, que precisará ter os riscos citados muito contidos e minimizados.”

 

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