De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor 15 (IPCA-15), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação do país entre 15 de dezembro de 2016 e 14 janeiro de 2017 foi de 0,31%. Analisando todos os itens que participam da composição do indicador, o grupo Despesas Pessoais (0,75%) registrou a variação mais elevada, enquanto Artigos de Residência (-0,23%), Habitação (-0,21%) e Vestuário (-0,18%) encerraram o período em queda.
Após recuar em setembro (-0,01%), outubro (-0,25%), novembro (-0,06%) e dezembro (-0,18%), o grupo Alimentação e Bebidas (0,28%) voltou a subir. A pressão veio dos alimentos consumidos em casa, que subiram para 0,21%, após a significativa queda de 0,45% em dezembro. Ainda que os aumentos não tenham se mostrado generalizados, os preços de alguns produtos subiram bastante, como óleo de soja (8,04%), farinha de mandioca (4,53%), ovos (3,10%) e frutas (2,38%). Outros produtos, cujos preços vinham caindo, desaceleram, como batata-inglesa (de -15,78% para -10,85%), feijão carioca (de -17,24% para -13,74%) eleite longa vida (de -5,40% para -1,96%).
Despesas Pessoais (0,76%) foi o grupo com a maior alta, devido ao item cigarro (2,61%), cujos preços foram reajustados em 1º de dezembro. Outras influências vieram dos itens excursão (2,51%) e empregado doméstico (0,52%), que apropriou 1/12 do reajuste do novo salário mínimo nacional em todas as regiões pesquisadas, já que os salários regionais ainda não foram definidos.
Isoladamente, a gasolina foi o item com o maior impacto (0,10 pp) sobre o IPCA-15. O preço do litro subiu, em média, 2,43%, refletindo, nas bombas, o reajuste de 8,1% autorizado pela Petrobrás nas refinarias, desde 06 de dezembro. Regionalmente, os maiores aumentos foram em Goiânia (4,60%), Brasília (4,32%) e Fortaleza(4,22%). Além da gasolina (2,43%), as despesas com Transportes foram pressionadas pelas tarifas dos ônibus urbanos (0,83%) e intermunicipais (1,87%), além do etanol (2,28%) e do seguro voluntário (1,70%).
A alta de 0,83% nos ônibus urbanos é consequência das variações apropriadas por três regiões metropolitanas. Em Brasília (9,25%), houve reajuste de 25% nas tarifas, em vigor desde 2 de janeiro. Embora a Câmara Legislativa do Distrito Federal tenha decidido anular esse reajuste em 12 de janeiro, ele continua vigente até que a decisão seja publicada. Em Salvador (3,60%), o reajuste foi de 9,09%, desde 2 de janeiro. Em Belo Horizonte (3,24%), houve reajuste de 9,40%, em vigor desde 3 de janeiro.
Os demais grupos variaram entre -0,23% (Artigos de Residência) e 0,48% (Saúde e Cuidados Pessoais). Três grupos tiveram quedas: Artigos de Residência (-0,23%) Vestuário (-0,18%) e Habitação (-0,22%). Neste último, as contas de energia elétrica (-2,25%) geraram o impacto negativo mais intenso (-0,08 p.p.) sobre o IPCA-15, com a volta, a partir de 1º de dezembro, da bandeira tarifária verde. Ocorreu, ainda, queda de 5,30% nas contas de energia de Porto Alegre, devido à redução de 16,28% nas tarifas de uma das concessionárias, desde 22 de novembro. Em contraposição, ainda no grupo Habitação, os preços subiram em artigos de limpeza (1,23%), gás de botijão (0,64%) e mão de obra para pequenos reparos (0,52%), cujo aumento foi apropriado da mesma maneira que o item empregados domésticos.
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Variação mensal dos principais grupos de produtos e serviços que compõem a pesquisa de preços do IPCA-15
Confira abaixo a variação mensal, a variação acumulada anual e a variação acumulada nos últimos doze meses dos preços médios dos principais grupos de produtos e serviços aferidos pela pesquisa do IBGE para o cálculo do IPCA-15 de janeiro de 2017.
Mês (%) | Ano (%) | 12 Meses (%) | |
Índice Geral | 0,31 | 0,31 | 5,94 |
Alimentação e Bebidas | 0,28 | 0,28 | 7,66 |
Artigos de Residência | -0,23 | -0,23 | 3,05 |
Comunicação | 0,49 | 0,49 | 1,70 |
Despesas Pessoais | 0,75 | 0,75 | 7,66 |
Educação | 0,18 | 0,18 | 8,85 |
Habitação | -0,22 | -0,22 | 2,57 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 0,48 | 0,48 | 10,96 |
Transportes | 0,71 | 0,71 | 4,14 |
Vestuário | -0,18 | -0,18 | 3,24 |