Assim como na reunião passada do Comitê de Política Monetária (Copom), os bancos anunciaram imediatamente após a divulgação do corte de 0,75 ponto percentual dos juros básicos, de 13% ao ano para 12,24%, a redução de suas taxas de empréstimo. O mais rápido foi o Bradesco, que já divulgou também quando vai cobrar dos clientes. Em seguida, foi a vez do Banco do Brasil (BB). Já o Itaú Unibanco apenas avisou que vai repassar o corte.

Em geral, porém, os cortes são pequenos em relação ao tamanho das taxas cobradas, alguns décimos de ponto percentual, uma ou duas casas depois da vírgula nas taxas mensais. Isso porque a taxa Selic tem pouco impacto sobre os juros mais caros, das linhas de cheque especial, empréstimos pessoais e cartão de crédito dos bancos. O corte de hoje fez a taxa Selic, em bases mensais, cair de 1,02% ao mês para 0,97%. Ou seja, pouco também. Nas taxas de crédito sem garantias, pesa mais a inadimplência ainda elevada, o risco e o custo dos impostos. Portanto, o ideal é seguir evitando o endividamento.

Bradesco reduz taxas de pessoas e empresas

O Bradesco (BOV:BBDC4) anunciou a redução das taxas de juros de algumas de suas principais linhas de crédito para pessoas física e jurídica logo após a divulgação da decisão do Copom de hoje, que reduziu a taxa Selic em 0,75 ponto porcentual. As novas condições valem a partir de 1º de março, em toda a rede de agências, informou o banco em comunicado.

Para os clientes pessoa física, entre as linhas que tiveram redução, a de crédito pessoal teve sua taxa mínima reduzida de 1,89% para 1,83% ao mês, e a máxima de 7,72% para 7,66% ao mês. A modalidade Credfácil Veículo, que tem como garantia o próprio bem, teve sua taxa máxima reduzida de 5,92% para 5,86% ao mês. Na modalidade CDC Outros Bens a taxa máxima foi reduzida de 5,90% para 5,84% ao mês.

As linhas de financiamento para pessoa jurídica também tiveram redução. Entre elas, a de capital de giro, com redução de 3,49% para 3,43% ao mês na taxa mínima, e de 6,95% para 6,89% na taxa máxima. Na modalidade Credinvestimento, capital de giro com múltiplas garantias, a taxa máxima passou de 6,79% para 5,99% ao mês.

Na modalidade de cartões de crédito, para o portfólio de Cartões Elo, as taxas de juros do rotativo ficarão entre 3,1% a 9,9% ao mês a partir da próxima fatura.

BB volta a cortar juros em até 0,12% ao mês

No Banco do Brasil (BOV:BBAS3), as principais quedas, de até 0,12 ponto percentual ao mês, ocorrerão em linhas de crédito para capital de giro voltadas a micro e pequenas empresas, com destaque para operações de recebíveis.

O cheque especial para empresas, o Ouro Empresarial, que hoje cobra de 8,47% a 13,64% ao mês, cairá para 8,43% a 13,60%. O desconto de cheques recuará de 1,31% a 5,03% ao mês para 1,29% a 4,91% ao mês. Já o desconto de títulos passará de 1,26% a 5,47% ao mês para 1,24% a 5,35% ao mês.

O BB também reduziu taxas para pessoas físicas, com destaque para financiamento imobiliário, cheque especial e crédito consignado. As taxas entram em vigor a partir do dia 1º de março. O cheque especial, que hoje cobra entre 4,42% e 12,95% ao mês, vai cair para 4,36% e 12,89%.

No crédito imobiliário, as taxas do BB vão recuar de 11,29% a 11,49% ao ano (isso mesmo, ao ano) mais Taxa Referencial para 10,80% a 11,00% ao ano mais TR.

Para Paulo Caffarelli, presidente do BB, “a redução continuada da Taxa Selic contribui para melhorar o ambiente econômico e cria condições objetivas para a retomada do consumo do crédito por pessoas físicas e jurídicas”.

No último dia 11 de janeiro, o BB lembra que já havia anunciado redução de juros após a reunião anterior do Copom, incluindo a queda de até 4 pontos percentuais no crédito rotativo.

Itaú diz que vai baixar, mas não diz quanto

Após dizer que “aplaude” o Banco Central pela “consistência na condução da política monetária”, o Itaú Unibanco informou que fará uma nova redução nas taxas de juros de suas linhas de crédito para pessoa física e jurídica, repassando a seus clientes o corte integral da taxa básica, de 0,75 ponto. A instituição não informou, porém, como ficarão as taxas após o corte.

Segundo o Itaú, a redução vai “impactar todos os clientes que utilizam o empréstimo pessoal, cheque especial, cartão de crédito e financiamento de veículos”. Para as micro e pequenas empresas, houve redução nas taxas do cheque especial, capital de giro e contas garantidas, diz o banco. “Acreditamos que a política monetária vem sendo conduzida de forma a beneficiar ao crescimento econômico sustentável num ambiente de baixa inflação”, afirma Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco, no comunicado.

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