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Lava Jato preocupa mercado

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Não fosse a China para trazer boas notícias aos mercados financeiros hoje, a tensão dos investidores com a conta da Lava Jato influenciaria mais os negócios locais. Mas o salto de 7,9% nas exportações chinesas em janeiro, em termos dolarizados, traz alento ao exterior e deve embalar o pregão aqui. Ainda assim, o quadro político em Brasília preocupa, já que Temer não está sabendo lidar com essa crise.

Os mercados domésticos podem ter dificuldades em acompanhar a melhora externa nesta sexta-feira, apoiada nos dados da balança comercial da China, que sinalizam uma recuperação da demanda global, e no viés expansionista de Trump, que prometeu anunciar uma política fiscal “fenomenal” nas próximas duas ou três semanas. Essas notícias vindas das duas maiores economias do mundo alimentam o apetite por risco lá fora.

Os índices futuros das bolsas de Nova York têm ganhos firmes, motivando a abertura da sessão na Europa e sendo impulsionados pelo rali nas praças asiáticas. Por lá, Tóquio subiu 2,5% e Hong Kong avançou 0,5%, em meio à perda de força do dólar ante o iene e da recuperação das relações comerciais chinesas.

As exportações no país apagaram a queda de 6,1% em dezembro e cresceram mais que os 3,1% esperados, enquanto as importações dispararam 16,7%, de +3,1% em dezembro e ante previsão de avanço de 10%. Como resultado, a balança comercial da China registrou um superávit de US$ 51,35 bilhões em janeiro, mais que a estimativa de saldo positivo de US$ 50 bilhões.

Os números, contudo, podem estar distorcidos pelo feriado do Ano Novo Lunar, com os produtores e exportadores antecipando as compras e vendas externas antes da paralisação pelas festividades. Ao mesmo tempo, o desempenho das relações comerciais da China pode ampliar a tensão quanto à política protecionista de Trump, que promete elevar os impostos de produtos vindos do país.

Por ora, os dados animam também as commodities, com o barril do petróleo WTI voltando à faixa de US$ 53 e os metais básicos também ganhando terreno. Esse movimento nas commodities beneficia as moedas correlacionadas, mas não o suficiente para impedir a primeira valorização semanal do dólar ante os principais rivais desde dezembro.

No Brasil, porém, o real brasileiro vai na contramão dessa tendência e já figura como as moedas mais valorizadas no mundo desde o início do ano. O movimento reflete a confiança dos investidores na capacidade de articulação de Temer para avançar nas reformas previdenciária e trabalhista.

Mas o cenário político em Brasília entrou em rápida deterioração, o que pode atrasar a tramitação dessas pautas no Congresso e a conclusão delas ainda neste semestre. O grande receio é com o avanço de movimentos para esvaziar as investigações da Justiça.

O presidente Michel Temer e a equipe de Henrique Meirelles (Fazenda) procuram se concentrar nos resultados econômicos de modo cada vez mais intenso, como forma de desviar as atenções dos desdobramentos da Lava Jato e da questão da segurança pública. Nos bastidores, o “grande acordo nacional” para abafar a Lava Jato segue rigorosamente o seu curso, o que ainda tende a causar incertezas e preocupações.

Aliás, a ausência de um ministro da Justiça já traz desconforto à Polícia Federal, que está atenta ao nome do provável sucesso de Alexandre de Moraes. Com uma cadeira na Esplanada dos Ministérios, permanece também o imbróglio em relação a Moreira Fraco, cujo cargo de ministro já foi bloqueado por três liminares diferentes.

Coincidência ou não, a escolha de Edison Lobão para presidir a comissão que irá sabatinar o nome do indicado para a vaga de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF), segue o roteiro anunciado pelo ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado nos áudios gravados em conversas com líderes do PMDB.

Assim, os grupos políticos no poder – no Executivo e no Legislativo – travam uma guerra contra o Judiciário, à medida que cresce a chance de o conteúdo das delações da Odebrecht tornar público. Mas agora outra empreiteira também preocupa, com a OAS podendo complicar a vida do presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Nas esferas estaduais, a cassação da chapa Pezão/Dornelles no Rio, para a qual ainda cabe recurso, pode complicar a vida financeira de uma dos estados mais quebrados do Brasil. Além disso, a polícia militar fluminense sinalizou que pode seguir hoje o exemplo do que acontece no Espírito Santo.

Diante desse cenário político, os mercados domésticos devem redobrar a cautela, já se preparando para o que está por vir nos próximos dias. Até porque, a agenda econômica está esvaziada no Brasil e reserva poucos indicadores no exterior. Em destaque, apenas a leitura preliminar da confiança do consumidor norte-americano neste mês (13h).

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