De acordo com o diretor-geral da Antaq, Adalberto Tokarski, a queda, considerada pequena, foi impactada pela quebra de safra do milho, que levou à baixa na movimentação de 37,5%. “Este ano [houve] uma pequena queda. A gente poderia nem falar em queda, se não tivesse ocorrido o veranico em algumas regiões do Brasil”, disse.
O milho movimentou 21,4 milhões de toneladas nos portos brasileiros em 2016, um declínio de 37,5% em relação ao ano anterior. A soja movimentou 61,9 milhões de toneladas, uma queda de 3,2%. A carne, cuja movimentação girou em torno de 6,3 milhões de toneladas, teve uma queda 4%. A navegação de longo curso registrou queda de 1,7%, influenciada pela recessão e variação do câmbio.
Os principais produtos movimentados foram minério de ferro, com 376 milhões de toneladas, crescimento de 3,1%, estimulado pela demanda proveniente da China. Combustíveis, cuja movimentação foi de 223 milhões de toneladas, registraram queda de 3,8%, influenciado pelo cenário econômico.
Os terminais de uso privado responderam por 66% da movimentação, restando 34% aos portos organizados. O ministro dos Transportes, Portos e Aviação civil, Maurício Quintella Lessa, disse que o Porto de Rio Grande, no estado do Rio Grande do Sul, destacou-se com 29,1% de aumento na movimentação.
Prioridades
Quintella declarou que a junção de ministérios feita pelo governo Michel Temer, que agregou rodovias, aviação e portos, além das agências reguladoras Antaq e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Infraero e a Secretaria de Portos criou um “ministério gigante”, o que trouxe vantagens. “Pela primeira vez na história, temos oportunidade de pensar em todos os meios de transporte de forma interligada”, disse.
Segundo ele, a prioridade do governo são as dragagens dos portos. No último dia 8, o ministro assinou o contrato de dragagem de aprofundamento e adequação do acesso ao Porto de Santos, com investimento de R$ 369 milhões. A segunda prioridade do governo será melhorar o acesso aos portos brasileiros. Quanto às rodovias, foram selecionadas 89 obras – 56 delas devem ser concluídas até o final do governo Temer.