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Lista de Janot e Fed agitam a semana

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Deve ser entregue hoje – ou, no máximo, amanhã – ao Supremo Tribunal Federal (STF) a “lista de Janot”, com cerca de 80 pedidos de abertura de inquérito para investigar políticos citados na delação premiada da Odebrecht. Desta vez, a segunda edição da lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve ser mais extensa e com maior potencial ofensivo à nata do poder, agitando Brasília e elevando a tensão nos mercados domésticos.

Um dos inquéritos traz indícios de caixa 2 no PMDB, com acerto de valores em um jantar no Palácio do Jaburu com a presença do presidente Michel Temer e do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Ele, aliás, deve voltar a despachar hoje no Palácio do Planalto, após passar alguns dias afastado por licença-médica.

Mas a pressão sobre o braço-direito de Temer deve continuar, já que Padilha é suspeito de ter recebido dinheiro da Odebrecht, movimentando pelo menos quatro senhas para o pagamento de propina vindo da empreiteira. Hoje, Padilha deve se reunir com o presidente e discutir a estratégia de defesa contra as acusações.

Ainda não está claro quem mais estará entre os investigados, mas não deve ser poupados da investigação o líder do governo no Senado, Romero Jucá, o também ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), e aliados de peso do governo, como o senador tucano Aécio Neves. Foram prestados 950 depoimentos de executivos da Odebrecht, mas caberá ao relator da Lava Jato, Edson Fachin, quebrar o sigilo do material.

Esses desdobramentos colocam o ambiente político em primeiro plano nos negócios locais, em meio à crescente percepção de que as coisas não devem caminhar de modo tão fácil, principalmente a pauta das medida de ajuste fiscal no Congresso. Mas o ambiente externo também requer cautela, em meio à expectativa pela decisão de juros nos Estados Unidos.

Os números robustos sobre mercado de trabalho norte-americano pavimentaram o caminho para uma nova alta na taxa de juros pelo Federal Reserve nesta semana, mas esvaziaram as apostas de uma ação mais agressiva. Tanto que o aperto monetário neste mês não garante outra elevação já em junho, com os investidores mantendo a percepção de gradualismo no processo de aumento do custo do empréstimo nos EUA.

Ainda assim, é grande a expectativa pela entrevista coletiva que a presidente do Fed, Janet Yellen, irá conceder após a reunião de março, que começa amanhã e termina na quarta-feira. No evento, também serão divulgadas as previsões do Banco Central dos EUA para as principais variáveis macroeconômicas do país, sinalizando se caberá apenas três subidas dos juros neste ano.

À espera dessas pistas, os índices futuros das bolsas de Nova York iniciam a semana na linha d’água, após uma sessão de ganhos na Ásia. As bolsas de Xangai e de Hong Kong registraram ganhos firmes, diante da menor preocupação com a relação política entre China e EUA e também dos sinais de melhora na segunda maior economia do mundo neste início de 2017. As principais bolsas europeias, porém, ficam divididas entre Wall Street e o Oriente e não exibem uma direção definida na abertura do pregão.

Já o dólar perde terreno para as moedas rivais, incluindo as divisas de países emergentes, apesar da sexta queda consecutiva os preços do barril do petróleo. O barril da commodity tipo WTI é negociado abaixo de US$ 49, acumulando perdas de quase de 10% nos últimos seis dias. Na outra ponta, os metais básicos avançam, em meio às declarações de autoridades chinesas sobre pequenos riscos de uma queda abrupta (“hard landing”) da economia.

Esse apetite renovado por ativos mais arriscados no exterior será testado no Brasil, com os investidores divididos entre os sinais favoráveis vindos da queda da inflação e dos juros e pela crescente tensão no front político. Ainda assim, o rendimento em ações e títulos públicos brasileiros segue atrativo, podendo valor o risco, já que o presidente Temer deve ser poupado das investigações, por uma questão constitucional.

Com a inflação em queda livre, o mercado ampliou as apostas de um corte maior da taxa básica de juros (Selic) já em abril, colocando essa possibilidade como majoritária. Mais que isso, os investidores enxergam que o Banco Central deve antecipar o ciclo total de queda dos juros, trazendo a taxa para níveis mais baixos logo, mas sem estender esse fundo.

Na agenda econômica da semana, o calendário está bem mais fraco, depois que o IBGE divulgou vários indicadores econômicos importantes na semana passada. A FGV até que tenta roubar a cena, com o anúncio de seus IGPs, mas nada que mereça muito destaque.

Na quarta-feira sai o IGP-10 e na sexta-feira têm mais uma prévia do IGP-M, além da leitura semanal do IPC-S, na quinta-feira. Hoje, as atenções se voltam ao Boletim Focus (8h25), que deve trazer alterações em relação às estimativas do mercado financeiro para o comportamento da economia (PIB) e da inflação (IPCA) neste e no próximo ano.

No exterior, além da decisão do Fed, também merecem atenção os dados de inflação ao produtor (amanhã) e ao consumidor (quarta-feira) norte-americano, além da produção industrial (sexta-feira) nos EUA. Dados de atividade (indústria e varejo) na China serão conhecidos hoje à noite. Destaque ainda para as decisões de juros no Japão e no Reino Unido, ambos na quinta-feira.

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