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Mercado antecipa ata do Copom e mantém otimismo

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Após a volta da folga prolongada com uma sessão mais curta e sem agenda econômica, os mercados domésticos devem ganhar tração nesta quinta-feira, com a divulgação da ata da reunião da semana passada do Banco Central (Copom). Mas é difícil prever se o conteúdo do documento irá alterar as apostas de aceleração do ritmo de corte de juros (Selic), já que as autoridades muito falam e pouco dizem….e os investidores gostam.

Ontem ficou nítido que os mercados globais estão dando de ombros para a chance real de aumento da taxa de juros nos Estados Unidos neste mês, mantendo elevado o apetite por risco. Um exemplo disso foi o índice acionário norte-americano Dow Jones, que subiu para além dos 21 mil pontos pela primeira vez na história, no 13º recorde de fechamento do ano.

Por trás do movimento está o otimismo com o crescimento econômico mundial, capitaneado pela política fiscal expansionista e de menor regulação do presidente norte-americano, Donald Trump. Desde a eleição do republicano, o Dow Jones subiu 15%.

Diante disso, nada parece eliminar o viés “bullish” (comprador). Nem mesmo a fala da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, amanhã pode ter forças para agir em direção contrária. Afinal, nesta manhã, os mercados globais ganham velocidade e avançam mais.

Da mesma forma, a trajetória de queda da inflação e dos juros no Brasil mantém elevada a confiança de que a economia doméstica está, finalmente, saindo da recessão. Esse sentimento ofusca os riscos políticos que emergem de várias partes em Brasília, mas que o próprio Marcelo Odebrecht tenta sufocar, ao negar acerto com o presidente Michel Temer, mas admitindo caixa 2 à campanha de Dilma Rousseff.

Assim, nem mesmo um tom mais duro (“hawkish”) do Copom hoje (8h30) deve eliminar a chance de queda maior da taxa de juros, a doses de um ponto porcentual a partir de abril. Ao contrário, o documento deve confirmar a percepção deixada pelo comunicado que acompanhou a decisão de cortar a Selic para 12,25%, de que o BC deixou a porta aberta para uma intensificação no ritmo da flexibilização.

Mais que isso, o Copom teria indicado que pode, inclusive, ampliar a extensão do ciclo de cortes, afastando-se ainda mais da barreira dos dois dígitos. A referência à taxa de juros estrutural da economia deve entrar como determinante para ambas as premissas. E, por mais inócuo que o termo possa parecer, isso deve soar como música aos negócios locais.

Ainda assim, merece atenção, na ata do Copom, a avaliação sobre o andamento da pauta fiscal no Congresso e sobre o desempenho da atividade econômica nacional. As projeções para a inflação no cenário de referência (do BC), que foram subtraídas do comunicado na semana passada, também são esperadas.

Antes, às 8h, sai o resultado de fevereiro do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Getulio Vargas (FGV). Às 12h30, o BC volta à cena para informar os dados do fluxo cambial no mês passado.

Depois, às 15h, é a vez da balança comercial – que sai hoje. No exterior, saem os números de janeiro sobre o desemprego e os preços ao produtor (PPI) na zona do euro e também os pedidos semanais de auxílio-desemprego feitos nos EUA. Logo cedo, dados mostraram que a indústria alemã se expandiu em fevereiro no maior ritmo em três anos e que a aceleração dos preços no país está ganhando força.

Em meio a esses dados, o rali nos mercados internacionais prossegue. A perspectiva em relação ao Fed continua pautando os negócios, o que sustenta o fôlego de alta do dólar ante os rivais pelo quinto dia consecutivo – na maior sequência desde maio. Entre as moedas, destaque para a queda dos dólares australiano (“aussie”) e neozelandês (“kiwi”).

Ontem, a diretora Lael Brainard, que é membro votante do Conselho (Fomc) neste ano, tornou-se a mais recente integrante do Fed a apoiar um aumento dos juros “em breve”, abandonando o tom suave (“dovish”) de suas declarações. Na curva implícita de juros, as chances de uma nova alta na taxa de juros norte-americana daqui a duas semanas ultrapassaram 65%.

Nesse sentido, o movimento dos investidores se assemelha a uma jogada de vôlei, no jargão do mercado, que diz que os “touros” (“bulls”) “levantam para bater”. Essa esticada dos ativos, então, pode estar se antecipando a uma forte correção à frente, com muitos embolsando os lucros. Há quem diga, porém, que esse movimento tende a continuar, contanto que o Fed mantenha o ritmo suave de aperto.

E os ganhos tendem a ser volumosos – não só em Wall Street. Na Ásia, as ações da Bolsa de Tóquio fecharam no maior nível desde dezembro de 2015, enquanto o mercado na Austrália registrou a alta mais elevada em três meses. No Ocidente, o sinal positivo tenta prevalecer, mas os índices futuros das bolsas de Nova York e os negócios na Europa já demonstrem menos forças para seguir em frente.

Nas commodities, o fôlego de alta do dólar pesa, o que deixa o petróleo no vermelho. O barril do WTI cai pelo terceiro dia seguido, em meio aos sinais renovados de excesso de oferta. Nos metais básicos, a ausência de detalhes sobre o plano de Trump de investir em infraestrutura penaliza o desempenho do cobre e de outros insumos. O ouro também recua.

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