A consolidação das atividades da BM&FBovespa (BOV:BVMF3) e da Cetip (BOV:CTIP3) na Brasil Bolsa Balcão, ou B3, vai trazer benefícios para o mercado em geral, e não só para clientes, afirma Edemir Pinto, presidente da nova instituição. Segundo ele, saem ganhando os distribuidores, como as corretoras, pois a estrutura unificada eliminará processos redundantes e deve reduzir custos extraordinários e riscos operacionais. “A união cria sinergias que trazem não só redução de custos, como também mais segurança para o mercado, sem contar que, com uma clearing única, haverá economia extraordinária de garantias dos investidores”, afirmou.

Sobre a falta de empresas pequenas e médias no mercado, Edemir lembrou que foi aprovado há dois anos um projeto em parceria com o governo, BNDES e Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para facilitar a abertura de capital de empresas de menor porte. “Mas pegamos um período ruim e o projeto não pode ser testado, mas agora o país oferece oportunidades de crescimento, e as pequenas empresas tem tudo para ser um grande segmento da B3″, disse. “Nesse novo ambiente, com a aprovação das reformas estruturais, devemos ter um choque de capitalismo e um aumento de pequenas e médias companhias”.

Para os corretoras, a união “só trará ganhos”, já que eles hoje estão plugados na bolsa e na Cetip. “Agora será uma ligação só e isso vai aumentar a eficiência e aumentar o leque de produtos à disposição das corretoras, com redução de custos, pois eles terão mais opções sem precisar procurar, com um ambiente mais palatável”, disse.

Já o futuro presidente da B3, Gilson Finkelsztain, atual vice de Edemir, avalia que o impacto para as pessoas físicas da união das bolsas será o aumento da solidez da empresa, a integração das atividades e o aumento da transparência e da segurança. “Vários casos provaram ser importante a solidez da bolsa e dos seus processos para a segurança dos investimentos das pessoas físicas”, disse. O momento de queda dos juros também é positivo para o fortalecimento da bolsa, pois as taxas mais baixas devem aumentar o uso de instrumentos de dívida, como títulos emitidos por empresas. “A nova bolsa deve facilitar o acesso a esses produtos”.