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Preço de carnes deve cair, mas exportação volta, diz AEB; setor critica divulgação de denúncias

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A suspensão das importações de carne do Brasil por causa das irregulares em frigoríficos investigadas pela Operação Carne Fraca não deve ser longa. A avaliação é do presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. A China suspendeu hoje a entrada de carne brasileira no país até que o Brasil preste esclarecimentos sobre a operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) na sexta-feira. Foi o primeiro país a oficializar a interrupção na compra do produto brasileiro.

Apenas alguns frigoríficos têm problemas

Na avaliação do presidente da associação, nos próximos dias, devem ser esclarecidos que apenas uma parte dos frigoríficos brasileiros têm problemas. “Na verdade, nós tratamos a todos de forma igual. E isso gerou um problema. Um país como o Brasil, que exporta para 150 países, tem que ter uma confiança, credibilidade e normas sanitárias coerentes com esse volume de exportação”.

Brasil fará falta no mercado

Castro lembrou que o Brasil é um dos maiores fornecedores de carne bovina do mundo, e outros países não conseguem suprir a demanda global e, por isso, a suspensão das importações não devem perdurar. “Se sai o Brasil, Estados Unidos e Austrália não têm como complementar as vendas do Brasil. Carne de frango, são só Estados Unidos e Brasil. Então, é difícil”.

Queda nos preços da carne

Por isso, ele acredita que a suspensão das importações não se estenderá por longo tempo, porque não há países alternativos para fornecer o que o Brasil fornece hoje. O país terá, entretanto, grande prejuízo em termos de preço de exportação, “que vai cair, porque faz parte do jogo, infelizmente”.

No entanto, a suspensão deve provocar queda do preço e da quantidade exportada.

Dificuldade pode ser maior

Já o advogado José Nantala Bádue Freire, especialista em direito internacional e compliance (controles internos) acredita em um impacto maior nas exportações brasileiras. Ele lembrou que o Brasil encontrou dificuldades em retomar o volume de vendas para o mercado internacional após embargos na Europa e em países do Oriente Médio, como o Irã, por causa da qualidade da carne e o mal da vaca louca, doença que afetou o gado de alguns países sul-americanos. “Demorou bastante para os países levantarem os embargos à carne brasileira”.

De acordo com ele, os países importadores podem suspender as compras em decorrência da investigação e até que as dúvidas sobre o processo de produção da carne brasileira sejam sanadas. Nesses casos, de suspeita de irregularidades, o advogado destaca que os países acabam aaplicando medidas protecionistas, favorecendo os produtos nacionais em detrimento dos brasileiros.

Setor critica forma de divulgação da operação

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, disse hoje na capital paulista que o setor cobrou apoio do governo federal após os efeitos negativos da Operação Carne Fraca, deflagrada na última sexta-feira pela Polícia Federal. A operação investiga o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos. O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, elogiou a Operação Carne Fraca, mas criticou a forma como foi feita a divulgação das investigações.

“Em um segundo aspecto, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento se movimentou, e nós estávamos juntos, para responder pontualmente àqueles países que fizeram questionamentos diretos e também preparar uma nota técnica para os países que não questionaram para que se sintam tranquilos dentro do processo”, disse Camardelli. A Abiec também já se antecipou fazendo a tradução de sua nota técnica em todas as línguas e mantém o contato diário com os importadores e embaixadas.

Corrupção burocrática

Segundo Camardelli, ainda não é possível mensurar o prejuízo em relação ao mercado externo, mas já se sabe que há a suspensão das atividades de seis plantas (unidades) e que a China aguarda explicações brasileiras sobre os produtos que estão a caminho do país, o que deve deixar a carne presa nos contêineres por alguns dias.

“Nossa resposta é que já exportamos 1,5 milhão de toneladas, e o Brasil nunca foi veículo de coisa nenhuma, e isso [o escândalo] dentro da proporção não significa nada. Estamos ratificando frente aos nossos compradores que esse foi um episódio que teve amplitude de uma maneira sutil e que foi um processo de corrupção burocrática sem risco sanitário”, afirmou Camardelli.

Sem pânico dos consumidores

Ele ressaltou que a população não deve entrar em pânico e que, em termos de saúde pública e segurança alimentar, pode ficar tranquila para consumir os produtos. “Não existe diferença na produção para o mercado externo e interno. Todos os cuidados e análises são feitos. O consumo está ratificado e não existe risco para a população de nenhuma ordem. A área bovina está tranquila, e não teve nenhum associado da Abiec envolvido nos processos de fraude. As citações que houve de alguns grupos foram dentro do processo, dentro da avaliação e investigação.”

Equívocos técnicos

O diretor técnico ABPA, Rui Vargas, disse que houve um grande equívoco técnico quando se fez uma massificação da informação tentando repassar uma imagem negativa da carne brasileira para os consumidores e importadores. “Todas as coisas que foram ditas são equivocadas tecnicamente. As ações que nos foram comunicadas serão tomadas para aprimorar o processo e dar garantias fortes e seguras aos consumidores. O ministério nos comunicou que fará uma operação de auditoria em todas as empresas citadas.”

Vargas disse ainda que a operação da Polícia Federal deveria ter envolvido apenas a postura e o comportamento dos funcionários do ministério e das empresas citadas, e não a qualidade dos produtos. “Não havia motivo para falar da qualidade da carne ofertada. Ficou muito claro que as coisas estão dissociadas e que o governo está tomando medidas fortes tentando levar essa imagem ao conhecimento de todos os países e consumidores.”

Desinformação generalizada

Francisco Turra elogiou a Operação Carne Fraca, mas criticou a forma de divulgação das informações. Para o presidente da ABPA, a notícia no dia da operação provocou desinformação generalizada, propiciando o surgimento de notícias sobre carne podre, contaminada e envenenada. “A operação é perfeita porque temos que perseguir a perfeição, mas a comunicação ensejou uma imagem de que tudo aqui é ruim.”

Turra ressaltou que agora a entidade tem como foco um trabalho de reconstrução da verdade, de separar “o joio do trigo”, para que tudo fique claro para o consumidor interno e externo. “O Brasil é exportador. Então, nosso trabalho é deixar claro quem cometeu [erros] e onde. Se houve servidor público envolvido, o ministério tem que puni-lo, e as empresas também vão banir quem cometeu qualquer equívoco. Nossa luta é para dizer a verdade. Está muito claro que 99,9% dos produtores são corretos e inspecionados. A bioseguridade do Brasil é impecável”, afirmou.

As informações são da Agência Brasil.

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