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Itaú reduz IPCA deste ano para 3,9%; mudanças reduzirão economia com Previdência

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O Banco Itaú reviu para baixo sua estimativa para o IPCA deste ano, de 4,1% para 3,9%, conforme relatório enviado hoje aos clientes. Para 2018, o banco manteve a projeção de 3,8%.

A redução levou em conta as projeções para alimentação no domicílio e os preços industriais no atacado, que têm registrado deflação nos números dos IGPs da Fundação Getulio Vargas (FGV). O banco observa que o IPA Agrícola apresenta queda há sete meses e acumulou redução de 9,4% de setembro de 2016 a março deste ano.

Inflação abaixo da meta neste mês

Assim o banco espera que a inflação atinja, no acumulado de 12 meses, 4,1% em abril, já abaixo, portanto, da meta de inflação do Banco Central (BC), de 4,5%. O dado deverá ser divulgado em maio. Em março, o IPCA acumulado em 12 meses ficou em 4,56%.

Para junho, o IPCA em 12 meses cairá para 3,8% e, em setembro, para 3,6%. Essa queda deverá incentivar o debate sobre a redução da meta de inflação, que será redefinida para 2018 pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em junho. O mercado espera que a meta caia para 4% ao ano.

Riscos para a inflação

Os riscos para a inflação, segundo o Itaú, estão no cenário externo, por conta da tensão entre Estados Unidos e Rússia por conta do Oriente Médio e entre Estados Unidos e China pela Coreia do Norte. O nervosismo pode elevar os prêmios de risco dos mercados emergentes e o dólar, e com isso os preços dos produtos importados ou exportáveis. Outro risco é de alta mais forte nos juros americanos.

No cenário local, o risco para a inflação está no âmbito fiscal, com maiores dificuldades para aprovar as reformas podendo também impactar o dólar e os juros, além de exigir medidas alternativas com aumentos de impostos. Já o nível elevado de capacidade ociosa na economia vai ajudar a derrubar a inflação.

Mudanças na reforma da Previdência

O Itaú acredita que a reforma da Previdência será aprovada pelo Congresso até o fim do terceiro trimestre deste ano, mas com uma economia menor que a esperada inicialmente. A estimava do banco era que a proposta da reforma da Previdência, como enviada pelo governo ao Congresso, garantiria uma economia de 2 pontos percentuais do PIB em 2025 em comparação com o cenário de nenhuma mudança. Do lado do gasto, haveria um corte de 1,5 ponto do PIB com a criação da idade mínima e demais ajustes. Haveria ainda 0,5 de ganho nas receitas com o maior tempo de contribuição das pessoas e sua permanência no mercado de trabalho por mais tempo.

Impacto será de 60% da proposta original

Com as mudanças propostas pelo relator, Arthur Maia, o Itaú refez as contas e estima que a reforma terá um impacto de 1,2 ponto percentual do PIB, ou 60% da proposta enviada ao Congresso. A mudança na regra de transição deve retirar 0,4 ponto percentual do PIB, ou 20%, da economia estimada e as alterações nos demais benefícios, como as regras para aposentadorias rurais e especiais de professores e policiais vão reduzir em outro 0,40%, ou mais 20%, o impacto total da reforma.

Melhor que nada

O Itaú destaca, porém, que mesmo com essas diluições, a aprovação da reforma da Previdência será fundamental para a estabilização da dívida pública brasileira no médio prazo. Sem a reforma, ou com a aprovação de uma mais branda, haveria uma chance elevada de  o governo não cumprir o teto de gastos ao longo do tempo e a trajetória da dívida continuaria insustentável.

Superávits primários, só em 2020, e dívida de 80% do PIB

O banco estima que o país voltará a ter superávits primários, ou seja, gastar menos do que arrecada, sem contar os juros da dívida, apenas em 2020, mas acredita que a retomada do crescimento e a redução dos juros decorrentes das reformas, e que podem se manter, reduzirão significativamente o ritmo de aumento da dívida pública, que deve se estabilizar perto de 80% do PIB a partir de 2018.

Juro menor vai ajudar

Parte importante da economia fiscal virá do corte dos juros. O Itaú projeta uma taxa Selic de 8,25% no fim deste ano, que deve se manter até o fim do ano que vem.  O banco espera mais um corte de 1 ponto percentual em maio, dos atuais 11,25% para 10,25% ao ano, e mais dois cortes de 0,75 ponto em julho e setembro, com o ciclo de redução dos juros terminando em outubro com um derradeiro corte de 0,5 ponto percentual.

Crescimento de 1% este ano puxado pela agricultura

Apesar dos cortes, a economia brasileira deve crescer pouco este ano, com um aumento do PIB de 1%, puxado pela agricultura, que deve contribuir com 0,9 ponto para o PIB. Já no ano que vem, o crescimento seria bem maior, 4% do PIB.

O banco destaca indicações de melhora da economia, como nos principais indicadores de confiança, não só com relação às expectativas, mas também sobre a situação atual. A queda da inflação recente também deve diminuir a retração da renda real das famílias e o saque das contas inativas do FGTS ajudará muitas a quitar dívidas ou a aumentar o consumo. “Esses fatores podem ser temporários, mas afetam a atividade antes de os cortes de juros afetarem a demanda agregada”, diz o Itaú.

Desemprego sobe para 13,8% este ano

Apesar disso, o desemprego vai demorar para reagir à melhora da economia. A taxa de desocupação deverá aumentar, dos 13,2% de fevereiro para 13,8% no fim deste ano (o banco elevou a estimativa, que era de 13,4%) recuando levemente para 13,6% no fim de 2018.

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