O Índice Bovespa (BOV:IBOV) fechou em alta hoje de 2,02%, aos 66.721 pontos. O principal indicador do mercado acionário brasileiro reagiu à expectativa de aprovação da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara e aos sinais de melhora da economia brasileira. A leitura foi que os movimentos grevistas de sexta-feira e os protestos no Dia do Trabalho não chegaram a influenciar os votos dos parlamentares, ficando limitados aos grupos de oposição.

O volume negociado foi de R$ 9,173 bilhões, acima da média do ano, de R$ 8,1 bilhões. Com a alta de hoje, o índice acumula no ano ganho de 10,78% e, em 12 meses, de 24,57%, segundo dados da Economática.

Somente quatro papéis dos 59 do Índice Bovespa fecharam em queda:  Embraer ON (papel ordinário, com voto), -3,91%, Eletrobras ON, -0,39%, BB Seguridade ON, -0,20% e MRV ON, -0,06%. Já papéis voltados para o consumo e mercado interno subiram, com JBS ON ganhando 7,94%, Lojas Americanas PN (papel preferencial, sem voto), 7,36%, Rumo Logística ON (6,19%), BR Foods ON, 5,05% e Cemig PN, 4,62%.

Entre os papéis de maior peso no índice, Itaú Unibanco PN fechou em alta de 2,05%. O banco anuncia amanhã seu resultado já sob nova gestão, com Candido Bracher assumindo a presidência no lugar de Roberto Setubal, que saiu do cargo após 23 anos. Bradesco PN subiu 2,69%, Ambev ON, 1,70% e Petrobras PN, 0,14%. O papel ON da Petrobras ficou estável. Já as ações ON da Vale subiram 2,15% e as PNA, 2,25%. Petrobras e Itaú lideram as indicações das corretoras neste mês.

Para amanhã, a BB Investimentos acredita que o ímpeto dos investidores poderá ser mantido em um cenário de antecipação de votação da reforma da previdência, o que seria visto como positivo pelo mercado. A agenda econômica pesará, com dado de produção industrial bem como a utilização da capacidade do parque fabril doméstico, e especialmente nos EUA, o dado ADP de variação de postos no mercado de trabalho privado e, destacadamente, a decisão de juros pelo Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que deve optar pela manutenção das taxas entre os atuais limites de 0,50% e 0,75%. A expectativa será em torno do comunicado, que pode dar novas pistas sobre a taxa de juros americana.

No mercado de dólar comercial, a moeda americana fechou em queda de 0,66%, aos R$ 3,154 para venda. Os bons números da balança comercial indicam que seguem entrando dólares no país. No mercado turismo, de varejo, a moeda subiu 1,52%, para R$ 3,32 para venda.

No mercado de juros futuros, as projeções dos contratos de DI recuaram acompanhando as projeções do relatório Focus e o resultado do IPC-Semanal. O contrato para janeiro de 2018 fechou projetando 9,445% ao ano, ou 0,035 ponto a menos que na sexta-feira. O para janeiro de 2019 fechou projetando 9,31%, ante 9,35% ao ano. E para 2021, a taxa ficou em 9,93%, ante 10% na sexta-feira.

No exterior, o Índice Euro Stoxx 50 subiu 0,52%, com sinais de melhora na atividade industrial e avanços na negociação da Grécia com os credores. O Índice Financial Times subiu 0,64%, com notícias de que a primeira-ministra Theresa May vai levar a proposta de eleições gerais para a rainha Elisabeth. O Índice Dax fechou em alta de 0,56%, no dia em que a primeira-ministra Angela Merkel tinha um encontro tenso com o presidente russo Vladimir Putin para discutir temas como a disputa com a Ucrânia. Foi a primeira vez desde 2014 que Merkel visita a Rússia, após a anexação da Criméia por Putin.

Já o CAC, de Paris, fechou em alta de 0,70%, aguardando para o fim de semana a votação decisiva para a Presidência. Hoje, a candidata de extrema direita, Marine Le Pen, voltou atrás e disse que não vai propor a saída do país da União Europeia, mas pedir um plebiscito. O discurso mais ameno com relação ao euro se justifica porque dois terços dos franceses são contra a saída do país do acordo monetário.

Nos EUA, o Índice Dow Jones subiu 0,17%, enquanto o Standard & Poor’s 500 ganhou 0,12%. O Nasdaq subiu 0,06%. Prosseguem as negociações do presidente Donald Trump com o Congresso para aprovar o orçamento provisório para evitar a paralisação das atividades do governo federal.