ADVFN Logo

Não encontramos resultados para:
Verifique se escreveu corretamente ou tente ampliar sua busca.

Tendências Agora

Rankings

Parece que você não está logado.
Clique no botão abaixo para fazer login e ver seu histórico recente.

Hot Features

Registration Strip Icon for charts Cadastre-se para gráficos em tempo real, ferramentas de análise e preços.

Juro deve cair para 8,5% este ano, mas vai demorar mais, acreditam bancos

LinkedIn

O comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) que acompanhou a redução dos juros de 11,25% para 10,25% ao ano hoje mostrou que há espaço para novas quedas da taxa básica Selic, e que ela deve chegar aos 8,5% previstos pela maioria do mercado, conforme mostrou o relatório Focus, do Banco Central. Mas o ritmo de corte até os 8,5% será mais lento que o esperado, avaliam economistas e analistas.

Para Maurício Molan, economista-chefe do Santander, além da crise política, que joga uma série de incertezas no ar, a taxa de juros começa a se aproximar de seu nível de equilíbrio, aquele em que a economia cresce sem pressionar a inflação, por isso o ritmo de cortes tem de ser menor. Mesmo assim, o Copom tem espaço para reduzir os juros abaixo dessa taxa de equilíbrio, porque a economia está muito fraca e não há pressão de demanda para puxar os preços. “Mesmo sem a reforma da Previdência, o BC pode ir além da taxa de juros neutra”, diz.

No comunicado, o BC mostra preocupação com a taxa de juros estrutural da economia, e como ela pode ser afetada pela crise política ao adiar a aprovação das reformas. “As reformas afetam a taxa estrutural de juros do país, que poderia ser mais baixa com a aprovação, e a crise política significa mais incerteza com relação à aprovação e exige mais cuidado do BC”, explica. “Isso não significa que o ponto final do corte mudou, mas que o ritmo desse corte vai ser mais lento”, explica Molan.

A frase final do relatório, no qual o Copom fala em uma redução do ritmo de cortes na próxima reunião, deve levar o mercado a apostar em uma redução de 0,75 ponto na próxima reunião em julho, acredita Molan. Mas ele vê uma série de fatores que podem mudar a visão do BC. “O fato é que temos uma conjuntura inflacionária muito favorável, na próxima reunião, em julho, a inflação do IPCA em 12 meses vai estar perto de 3% e abaixo disso em agosto, talvez 2,80%, e isso pode fazer com que o mercado reveja essa projeção dos atuais 0,75 ponto de corte para um percentual maior”, diz.

Molan diz que a projeção do Santander é de uma Selic de 8,5% no fim deste ano. “Muita gente que estava otimista demais, projetando 7%, vai rever isso, vai acabar um pouco a euforia”, explica. Por enquanto, afirma o econoista, a sinalização do Copom é compatível com corte de 0,75 em julho.

Também a Rosenberg Associados reviu sua estimativa para o ritmo de corte dos juros. “Dada a contundência da comunicação, alteramos nossa percepção de trajetória para os juros nas próximas reuniões”, diz a consultoria em relatório aos clientes. “Esperamos um corte de 0,75 ponto percentual na reunião de julho e dois cortes de 0,5 ponto nas reuniões de setembro e outubro, encerrando o ciclo com a Selic em 8,5%”, diz a Rosenberg, observando que “o ponto final da Selic é o mesmo anteriormente esperado, só deveremos levar mais tempo para alcançá-lo”.

Já o UBS observa em sua análise que o BC está levando muito mais a sério os eventos recentes da crise política do que o mercado, que já ajustou para cima muitos dos preços dos ativos que tinham caído. “O perceptível aumento da incerteza justifica, em nossa opinião, uma redução no ritmo de cortes dos juros em relação ao que vinha sendo feito”, diz o banco suíço. O banco acredita que é muito provável um novo corte da Selic de 0,75 ponto em julho, jogando o juro para 9,5%. Em setembro, um novo corte dependeria do andamento das reformas. O UBS tem dois cenários, um em que as reformas avançam e o juro básico cai para 7,5% e outro em que as reformas ficam paralisadas e o juro fica em 9,5% ao ano. Ou seja, no pior cenário, o corte de julho seria o último do ciclo de redução.

Deixe um comentário