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Juro menor deve levar a diversificação mais rápida em fundos; supervisão será foco da CVM

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A queda dos juros deve levar os investidores a aumentar a diversificação, o que terá impacto no setor de fundos de investimentos. E a velocidade dessa diversificação deverá ser maior desta vez, pois os investidores contam com a experiência da queda dos juros para um digito em 2012, quando a taxa básica Selic caiu para 7,25% ao ano. A avaliação é de Carlos Ambrosio, vice-presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e sócio da Claritas Investimentos. “Em momentos anteriores, com a taxa de um dígito, houve um movimento de diversificação dos fundos renda fixa para crédito e prazos mais longos e uma migração para fundos multimercados e ações”, lembra.

“Esperamos que neste ciclo essa migração ocorra de maneira mais rápida, até porque o investidor já sabe o caminho que quer buscar”, disse, durante o 9 Congresso de Fundos da Anbima.

Expectativas já ajudam

Para Carlos André, vice-presidente da Anbima e diretor da BB DTVM, esse movimento pode ocorrer até antes da baixa dos juros. “Mais importante que o nível dos juros é a expectativa dos investidores com a queda da taxa”, disse ele.

Já Flavio Souza, também vice da Anbima e responsável pela gestão de recursos e private banking do Itaú Unibanco, se o movimento de queda dos juros for estrutural e sustentável, ele tende a levar a uma maior diversificação. “O caminho natural passa pela diversificação, até porque temos um setor de fundos muito concentrado em renda fixa”, lembra.

Síndrome do extrato no fim do mês

Segundo ele, o brasileiro deve passar pela síndrome do extrato no fim do mês, quando perceber que a aplicação  onde está seu dinheiro rendeu 0,3%, 05% ao mês. “Se está ganhando 1% ao mês está tudo bem, mas se esse ganho cai muito, é natural procurar outros tipos de aplicação, multimercados, ações, ativos no exterior”, afirma Souza. “E o caminho para os fundos é buscar maior sofisticação e diversificação”, afirma.

Busca por redução de custos e taxas de administração

Deve haver também uma busca de redução de custos que permita ao setor de fundos conviver em um ambiente de taxas mais baixas e mais competitivo, afirma André, da BB DTVM. “As novas tecnologias digitais propiciam instrumentos que permitem reduzir os custos de taxas de administração”, explica.

Ele lembra que, nos últimos anos, a taxa média cobrada pelos bancos caiu, indicando que os bancos repassaram parte dos ganhos de competividade. “A tecnologia torna também o investidor mais consciente e permite que ele compare mais facilmente as aplicações”, diz.

Segundo André, é preciso levar em conta também o custo do cliente. “Um investidor que aplica R$ 1 mil num fundo com taxa de administração de 1% ao ano vai pagar R$ 10 por ano, para pagar todas as despesas do fundo, por isso é preciso levar em conta o custo desses cliente”, afirma, justificando assim as taxas mais altas cobradas nos fundos de varejo.

Após novas regras, foco será na supervisão

Já a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) espera que o mercado de fundos entre agora numa fase mais voltada para a supervisão, afirma Daniel Maeda, superintendente de Relações com Investidores. “Tivemos uma primeira onda regulatória, com a Instrução 409, de 2004, que foi atualizada em 2014 pela 555, com alguns exemplos internacionais, como a melhora de compliance, a internacionalização e a figura do administrador fiduciário”, lembra Maeda.

“Tivemos então uma segunda onda, de adaptação a essas regulamentações, e agora vamos para a terceira onda, que deve ser uma onda crítica, que garanta que aquela regulamentação está sendo praticada”, diz. “Supervisão, supervisão e supervisão, esses são os grandes desafios para a CVM”, diz. “Quem não se adaptou às novas normas deve ser tratado adequadamente”, afirma Maeda, observando que cresce a integração entre os órgãos fiscalizadores. “Há uma tendência de interação entre CVM, Banco Central, Susep, em como fazer a supervisão se tornar mais efetiva, mais rápida”, explica.

Alavancagem, como acompanhar

Uma discussão importante para o segmento de fundos é a questão da alavancagem, ou seja, o quando um gestor pode multiplicar seus ativos usando derivativos, que multiplicam também seu risco. Ambrósio, da Claritas, avalia que o mercado brasileiro já tem uma boa regulação, que determina que os fundos alavancados tenham uma cláusula na qual o investidor pode ser chamado a completar o capital do fundo em caso de perda em até 10%. “Mas os fundos sujeitos a essa chamada de capital representam só 16% do total”, estima.

Ambrósio destaca que a autorregulação do mercado também coloca uma série de limites para os fundos se alavancarem, limitando os derivativos para proteção da carteira. “Tanto que passamos por cenários supervoláteis e não houve problemas significativos”, diz.

Maeda, da CVM, observa que a alavancagem dos fundos no Brasil é baixa, e que já há vedações de algumas categorias de fundos a usarem derivativos para aumentar seus riscos. “O que a CVM tem para evitar que indústria saia do caminho é, para algumas categorias de fundos, fazer alguma coisa, uma subcategoria que hoje não tem limite e pode passar a ter limite de alavancagem”, afirma. “Mas não há decisão sobre isso ainda.”

Perfil do investidor se torna mais importante

O superintendente da CVM destaca ainda a importância de conhecer o perfil do investidor, o suitability, nesse processo de maior diversificação que deve começar com o juro mais baixo. “Por que investidor que perde com ações, fundos imobiliários, sai desses ativos e não volta mais?” questiona. “Isso tem a ver com a forma como o investimento foi oferecido, e nisso o suitability pode ajudar a evitar que esses casos voltem a ocorrer”, diz. “Estamos falando de um valor para o futuro, se a perspectiva de tratar o investidor não mudar, esse tipo de coisa vai continuar acontecendo”.

Gestão ativa, passiva e distribuição

André, da BB DTVM, acrescenta ainda que deve aumentar nos próximos anos o debate entre gestão passiva e ativa, como já ocorre nos Estados Unidos. “A gestão passiva precisa de maior controle de custos para manter tarifas baixas e a ativa, agregar mais valor”, diz. “Já a distribuição também vai passar por mudanças, pois será preciso conhecer e aproveitar melhor as novas tecnologias”, afirma.

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