O comunicado do Banco Central do Brasil e dos Estados Unidos deverá ser o destaque do pregão e tem potencial para movimentar as bolsas.
Os diretores do Federal Reserve irão publicar uma nota sobre a política monetária às 15h (horário de Brasilia). De acordo com a equipe de analistas do Bank Of America, “é provável que o Fomc faça pequenos ajustes na declaração, mas é improvável que altere significativamente a mensagem’’. O encontro perde força por não contar com divulgação de projeções, nem coletiva de Janet Yellen (presidente do FED). No entanto, o evento não perde a sua importância.
Mesmo com poucas probabilidades, os analistas não descartam a chance do FED divulgar a data de redução do seu balanço de pagamentos. Os dirigentes têm indicado que está na hora de realizar esta mudança, mas até o momento não chegaram a um consenso de quando isto ocorrerá. O esperado é que as mudanças tenham inicio em setembro, mas não se descarta o anúncio na próxima semana.
Assim como as decisões do FED causarão impacto no câmbio nesta quarta feira, a decisão do Copom promete balançar a B3, com consequências no dia seguinte. A expectativa é praticamente unânime de manutenção do ritmo, com um corte de 100 pontos-base na Selic, reduzindo a taxa básica de juros de 10,25% para 9,25%, sendo a primeira vez que a taxa chegaria a um dígito desde outubro de 2013.
A avaliação é que esta decisão será sustentada pela evolução bastante positiva da inflação, prevista para continuar em queda, mesmo com turbulências políticas e o aumento de impostos anunciado na última semana. Na ultima reunião sobre a Selic, realizada em Maio, o Copom sinalizou que o BC pode desacelerar o ritmo de cortes em consequência das incertezas do mercado, causando um grande reflexo no mercado de juros e em diversas ações que tenham alguma relação com a taxa Selic.
As condições cada vez mais favoráveis da inflação e a comprovação de que a crise política não trouxe choques ao câmbio nem às expectativas inflacionárias, levam analistas a considerar que o BC tende a deixar para trás a ideia apresentada no último comunicado do Copom, a qual previa uma redução moderada no ritmo de flexibilização, considerada na época a mais adequada.
Um número crescente de instituições vem reduzindo as projeções para Selic ao final do ciclo, com estimativas do juro básico encerrar o ano abaixo de 8% segundo dados do último Boletim Focus.