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Pré-Market: O preço do pato

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A larga vitória na votação da reforma trabalhista no Senado, por 50 votos a favor e 26 contra, deve renovar a confiança do mercado doméstico no governo Temer, que celebrou a aprovação, afirmando que a medida não vai retirar nenhum direito dos trabalhadores e irá gerar muitos mais empregos. Mas o presidente teve pouco tempo para comemorar e a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) começa hoje a definir o seu futuro no cargo.

A contundência do relatório do deputado Sérgio Zveiter não deixa dúvidas quanto à real possibilidade de Temer deixar o cargo. Os investidores já começam a enxergar que uma saída do presidente e a substituição pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, seria benéfico às reformas, com a pauta da Previdência sendo conduzida com maior facilidade – ainda mais agora, com a aprovação da reforma trabalhista.

Porém, relatos de que Maia considera o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ultrapassado e vê o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, muito conservador no corte de juros não deixam o investidor tão tranquilo quanto a um “novo governo Maia”. Isso sem falar na possibilidade de a delação do ex-deputado Eduardo Cunha engatar um “fora Maia”.

O presidente da Câmara, é bom lembrar, tem o codinome “Botafogo” na planilha de propinas da Odebrecht e se chegar ao topo da tabela pode manter o cenário de incertezas políticas, trocando apenas o nome do capitão. Ou seja, sai um, entra outro igual, mas é bem diferente transformar o fiel escudeiro em protagonista, no foco das atenções.

Daí que, talvez, seja melhor que Temer continue no comando até o fim de 2018. A estratégia do Palácio do Planalto de substituir deputados na comissão para conseguir votos e rejeitar o parecer de Zveiter, favorável à denúncia contra o presidente por corrupção passiva, pode funcionar. Mas seja qual for o resultado na CCJ, a ser conhecido ainda nesta semana, o relatório seguirá para o plenário da Câmara, onde também será apreciado.

E a consequência normal no mundo político é de descartar Temer, após ele ter feito o serviço e garantido a aprovação a reforma trabalhista. Assim, além do trabalhador, o presidente também pode ter de pagar o pato. Afinal, o esforço colossal dos senadores em aprovar o texto ontem, após uma sessão tumultuada, deixa poucas dúvidas de que a modernização das leis trabalhistas é prejudicial à classe trabalhadora.

Até porque as propostas defendem, em grande parte, interesses patronais. Das 850 emendas apresentadas ao projeto, na fase de discussão do texto, quase 300 foram redigidas por associações empresariais e, dessas, 150 foram incorporadas. Ou seja, uma em cada três propostas de mudanças apresentadas por parlamentares foram apresentadas por lobistas de bancos, indústrias e transportes.

Assim, por mais que as novas leis para o mundo do trabalho sejam, de fato, capazes de elevar a oferta de vagas, contratando a ampla mão de obra disponível no país, a questão é a qualidade do emprego a ser oferecido, ampliando a desigualdade na distribuição de renda no país. A próxima discussão, aliás, deve ser a valorização do salário mínimo, cuja regra de reajuste relacionada à variação da inflação e do crescimento econômico (PIB) estão com os dias contados.

Afinal, é mais fácil mexer nos custos produtivos do que nas margens de lucro dos empresários, a fim de garantir maior produtividade. A reforma da Previdência também abrange esse tema, refutando a ideia de que o déficit das contas da seguridade social seria coberto (ou estabilizado) se o PIB crescesse mais – e de forma mais rápida.

Na agenda econômica do dia, destaque para as vendas no varejo em maio, que podem dar pistas sobre o desempenho da economia no segundo trimestre deste ano. A expectativa é de avanço do comércio pelo segundo mês consecutivo, nas duas bases de comparação, em +0,4% ante abril e +2,7% na comparação com um ano antes. Os números oficiais serão conhecidos às 9h.

O desempenho deve ter sido impulsionado pelos saques das contas inativas do FGTS – que tem feito a roda da economia girar, apesar de boa parte dos recursos terem sido destinados ao pagamento de dívidas em atraso – e também pelas vendas de veículos novos. Ainda na agenda doméstica, saem os dados semanais do fluxo cambial (12h30).

No exterior, a quarta-feira começa com os números da atividade industrial na zona do euro em maio, mas as atenções se voltam para o discurso da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen (11h), no Congresso norte-americano. A expectativa é por sinais sobre quando o Fed deve cumprir a promessa de reduzir o balanço patrimonial e subir a taxa de juros.

Em meio à fala de Yellen, saem os estoques semanais de petróleo bruto e derivados nos Estados Unidos (11h30). À tarde, o Fed publica o Livro Bege (15h). Por ora, os mercados internacionais ensaiam uma recuperação, com as principais bolsas europeias exibindo ganhos firmes, após uma sessão mista na Ásia e diante de uma lateralidade em Nova York – e também no dólar, o que permite um avanço do barril de petróleo para além de US$ 45.

Wall Street está preocupada com a divulgação de uma suposta troca de e-mails entre o filho mais velho do presidente dos EUA, Donald Trump, com pessoas ligadas ao governo russo. O assunto retoma as suspeitas sobre interferência da Rússia na eleição presidencial de 2016, em meio à disposição do Kremlin em divulgar informações comprometedoras sobre a candidata democrata, Hillary Clinton.

A questão é saber se tanto lá nos EUA quanto aqui no Brasil, as investigações envolvendo os líderes do poder Executivo são mesmo capazes de tirá-los do cargo. A conferir.


 

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