O presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, disse que o banco está tranquilo em relação à qualidade de sua carteira de crédito e que, embora não se possa afirmar com certeza que o pior já passou em termos de inadimplência entre as empresas, vê um ambiente mais controlado.

“Sempre seria uma pretensão acreditar que o pior já passou. Estamos no momento de grandes ajustes econômicos, temos todos os dados na mesa, não há surpresa prevista, saímos da situação de não saber para saber com orientação clara de queda de taxa de juro”, comentou. Rial disse ainda que entre as grandes empresas, as mais endividadas já foram capazes de se refinanciarem.

“Não vejo nada (de imprevisível), a não ser que haja algum choque de preço no minério, no petróleo ou no cambio, o que não acho provável”, acrescentou. Entre as construtoras, Rial disse que as companhias que tinham problemas já entraram em recuperação judicial e que, as que estão aí, mostram ser saudáveis. Ele destacou ainda a capacidade do banco de expandir sua carteira de crédito, ainda que a economia estivesse atravessando momento turbulento.

“Aceleramos nossa carteira durante a crise com inteligência”. O presidente do Santander destacou ainda que a Bolsa tem se mostrado uma oportunidade de capitalização das companhias e que, por isso, acredita que chegarão em 2018 mais preparadas para a retomada econômica.

Cartões

O Santander Brasil prevê alcançar market share de 15% em cartões ao final deste ano, disse Sérgio Rial, durante entrevista coletiva para jornalistas para comentar o balanço do segundo trimestre. Até março, o banco registrava participação de 14,2% de mercado na emissão de cartões. Rial não quis fazer projeção para market share de sua operação de adquirência, Getnet. Até junho, o banco estimava participação de 11,4% de mercado. A linha de cartões foi citada pelo executivo entre os destaques no segundo trimestre, assim como as operações de consignado e de agro. “O banco digital está abrindo 10 mil contas digitais por mês e cartões saem 40 mil por mês. Nosso desafio é transformar a conta em cliente vinculado, mas isso mostra o motor de nosso crescimento”, disse.

Eleições

Sérgio Rial, defendeu que, acima de um nome de candidato para a Presidência em 2018, o importante é buscar a governabilidade. Nesse sentido, lembrou da experiência das eleições presidenciais deste ano na França, citando que a escolha de Emmanuel Macron teve suporte do Congresso francês. “Qualquer alternativa à democracia é claramente pior. Não é o fato de um político ou outro não nos dar confiança suficiente para defender que todo o sistema está ruim. Estar decepcionado é uma questão. Temos uma sociedade maior e mais plural e um país que espera melhor governança”, disse. Rial afirmou também que o choque provocado pelas delações da J&F, em maio, tiveram impacto imediato e que o momento foi superado.

Fonte: Cynthia Decloedt, da Agência Estado