Mercados Globais

 A divulgação do PIB chinês do segundo trimestre não deu margem aos pessimistas nesse início de semana. A China cresceu 6,9%, ante uma expectativa de 6,8% e mostrou vigor no consumo das famílias, coisa que vinha deixando a desejar. Veja o gráfico das taxas de crescimento trimestrais anualizadas:

O crescimento de 6,9% no trimestre veio junto com uma produção industrial de 7,6% e varejo de 11% em junho. Os ativos fixos, das empresa e famílias, expandiram-se em 8,6% no primeiro semestre. Os dados, portanto, mostram a economia chinesa, que hoje tem um PIB de quase US$ 11 trilhões, vigorosa, auxiliada pelas políticas de estímulo levadas a cabo pelo presidente Xi Jinping.

Na semana saem os resultados de empresas importantes com destaque para: Bank Of America, Johnson & Johnson, Goldman Sachs, IBM, Morgan Stanley, Visa, Qualquomm. Mocrosfot, eBay, GE e Unilever (Londres). A expectativa apurada pela Bloomberg junto aos analistas dos EUA é que os lucros cresçam 7% em média para as empresas do S&P500. Ainda que seja uma queda em relação ao crescimento do trimestre anterior, que foi de 13,2%, essa taxa assegura um ambiente extremamente otimista para os negócios. As empresas de energia, setor no qual se destacam as empresas de petróleo, devem apresentar um aumento dos lucros de 661%, segundo a Reuters. O setor de “utilities”, no qual estão as concessionárias, deve ter contração de 2,8%. Esse perfil de crescimento dos lucros revela a importância da recuperação dos preços do petróleo sobre o setor corporativo dos EUA. De qualquer forma, uma expansão dos lucros a essa taxa assegura uma perspectiva otimista para os mercados, que já vêm batendo recordes de valor. Nessa madrugada o recorde foi para a bolsa de Seul, que teve o índice KOSPI a 2.4209 pontos, o mais alto da história e a Sumsung bateu US$ 326 bilhões de valor de mercado, em decorrência de seu forte resultado trimestral. Ao longo da semana o Banco Central Europeu e o Banco do Japão terão suas reuniões de política monetária e as negociações do BREXIT terão sua segunda rodada em Bruxelas.

A depender de cenário inicial, devemos ver as bolsas batendo novos recordes, o dólar continuar se desvalorizando, as commodities em alta e juros bastante moderados.

 

Brasil

 

Com todo esse cenário otimista no setor externo, é provável que os ativos brasileiros continuem se valorizando, por conta dos juros internacionais baixos, do otimismo em relação ao comportamento da economia global e das bolsas. O dólar deve continuar em queda em relação ao real, a menos que o Banco Central adote uma postura diferente em relação à rolagem dos swaps. A tendência de apreciação do real é reforçada pela queda de percepção de risco em relação ao risco país e pelo comportamento benéfico da inflação, que continua a cair e assegurar uma perspectiva de queda. O BC apurou uma queda da inflação esperada para julho, de 0,19% para 0,17% e de 3,38% para 3,29% no ano, veja a tabela:

Para a inflação, além do relatório do BC, a semana começou com a FGV divulgando dois índices de negativos: o IPC-S, índice semanal de inflação ao consumidor e o IGP-10, que mede a inflação entre os dias 10 de cada mês. Veja a tabela abaixo:

Note que os preços ao atacado, medidos pelo IPA, caíram 0,84% e indicam que o o varejo ainda vai ficar sem pressão nas próximas semanas. O IPC-S caiu 0,05% na segunda semana de julho, após ter caído 0,18% na primeira. Em reação a esse cenário positivo, as taxas de juros de para 2021 continuam a cair e bateram 9,69% a.a., depois de fecharem a 9,71% na sexta feira.

O único sinal negativo que ainda permanece no senário da semana é a possibilidade das delações de Eduardo Cunha e Lúcio Funaro serem protocoladas e implicarem a base do governo ou, no pior cenário, o próprio presidente Temer.

A semana deve apresentar a continuidade do otimismo para as bolsas, juros e para o real.