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Temer viaja para o G20, mas deixa a crise; cresce articulação pela saída do presidente

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Mal o presidente Michel Temer embarcou para participar da reunião do G20 em Hamburgo, na Alemanha, e voltaram a crescer as especulações sobre um movimento para sua saída por conta da crise política deflagrada pelas revelações do empresário Joesley Batista, da JBS, e a denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot. O movimento estaria ganhando força dentro da própria base de Temer, que inclui o instável parceiro PSDB.

Ontem, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) afirmou que o país terá um novo presidente em 15 dias. Segundo o senador tucano, a instabilidade aumentou e a continuidade do governo Temer é uma ameaça para a agenda de reformas, segundo o Painel da Folha de S.Paulo. “O governo caiu”, teria afirmado. As declarações vêm no momento em que o governo enfrenta dificuldades em garantir a rejeição na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da denúncia feita por Janot contra o presidente.

Cunha Lima avaliou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que assumiria o cargo no caso de saída de Temer, proporcionará mais estabilidade ao país. Na mesma direção, o senador Tasso Jereissati (PSDB/CE), diz que Maia tem condições de conduzir a transição do país até as eleições de 2018. Para Jereissati, o governo Temer caminha para a ingovernabilidade.

Melhora, mas difícil

Para a LCA Consultores, um eventual governo comandado pelo deputado Rodrigo Maia teria melhores condições para levar a frente a agenda de reformas, inclusive da Previdência. Entretanto, o quórum de dois terços para afastar o Presidente é um grande desafio dado que Temer utilizará todos os recursos disponíveis para se manter no poder.

Placar da reforma trabalhista apertado

Outro sinal de enfraquecimento de Temer no Congresso pode ser o resultado da reforma trabalhista. Segundo o Estadão, o monitoramento para a votação da reforma trabalhista no Senado indica um quadro preocupante. Há uma semana a estimativa era de 43 votos favoráveis, e agora em pesquisa recente esse número teria sido reduzido para 42, sendo que o mínimo necessário seriam 41 votos. A votação está prevista para ocorrer na próxima semana. O monitoramento feito pelo governo para a reforma trabalhista não conta mais com o voto de Acir Gurgacz (PDT-RO).

Risco para o país

A velocidade de mudança nas nuvens políticas no Brasil é muito grande e tem sido crescente, afirma José Pena, economista-chefe da Porto Seguro Investimentos. Segundo ele, de uma semana para cá, por exemplo, o quadro mudou bastante e o cenário de relativa tranquilidade para Temer se manter no cargo parece mais desafiador. “É difícil afirmar se é inexorável a saída, mas o tempo está correndo contra ele”, afirma Pena. “Sem falar das ameaças de novas delações.” O economista considera que o quadro é muito fluido e uma avaliação feita hoje pode mudar completamente.

Sobre se a saída de Temer melhoraria o ambiente econômico, Pena acredita que isso vai depender da capacidade de quem o suceder de retomar a agenda de reformas. “O resto é secundário”, afirma. Tudo indica que, se Temer deixar o posto, a equipe econômica seria majoritariamente mantida, o que ajuda a desenhar um cenário potencialmente positivo. “Mas é a capacidade do novo presidente levar adiante as reformas que poderia definir a trajetória dos mercados”, diz.

Calma dos mercados surpreende

Para o economista, é surpreendente a calma com que os ativos financeiros estão reagindo a toda a crise política por que passa o Brasil. Ele admite que há muitos fatores que justificam essa calmaria, como um quadro inflacionário bastante benigno, com deflação, coisa rara no Brasil, e isso ajuda a segurar os juros. Já as reservas internacionais elevadas e o déficit externo decrescente, além de um estoque baixo de swaps cambiais dão munição para o Banco Central administrar o dólar em níveis baixos. Há ainda a enorme credibilidade da equipe econômica.

Risco vem de fora

Mas um grande fator para essa relativa tranquilidade é o cenário externo de grande liquidez, que favorece países como o Brasil. “A questão é até que ponto vamos contar com esses ventos favoráveis no exterior e empurra com a barriga o enfrentamento da crise fiscal”, alerta. Segundo Pena, nas últimas semanas, já houve sinais de importantes bancos centrais indicando que vão ajustar as condições de liquidez mais cedo do que o esperado. “É difícil ver quando isso vai mudar, mas esse risco está sendo subestimado pelos mercados”, alerta. Em um ambiente de liquidez menor, os investidores deverão ser menos tolerantes com países menos ajustados, o que seria o caso do Brasil.

 

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