O relator da fusão Alesat/Ipiranga no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), João Paulo Resende, informou nesta quarta-feira, 2, que levará em consideração em seu voto o mercado de combustível como sendo estadual, segundo defenderam os advogados das duas empresas. A superintendência-geral do Cade havia dado duro parecer em que considerava o mercado como nacional, o que representaria uma concentração muito grande decorrente da operação.

De acordo com Resende, a análise estadual é mais favorável às empresas, uma vez que a nacional inviabilizaria o negócio. Outra definição do relator foi avaliar a Ale como uma distribuidora regional. Resende defendeu que o poder de mercado das duas companhias decorre de seu posicionamento no setor de distribuição, e não pela presença nos postos.

De acordo com o relator, distribuidoras nacionais têm maior certeza sobre a demanda dos postos por operarem com contrato de embandeiramento, que garantem exclusividade no fornecimento às distribuidoras, o que não ocorre com as regionais. Ele ressaltou ainda a interdependência entre as distribuidoras regionais e postos de bandeira branca que, segundo o relator, exercem verdadeiro poder de competição no mercado de revenda. “Há relevante desvantagem de postos regionais para competir com distribuidoras de maior porte”, afirmou.