O presidente Michel Temer não está facilitando as coisas para a equipe econômica, ao mesmo tempo em que tira proveito da credibilidade do “time dos sonhos” para aprofundar o rombo das contas públicas. Depois de abusar da política do “toma-lá-dá-cá” para se salvar da denúncia contra ele na Câmara e de descartar totalmente a possibilidade de uma nova alíquota do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), após uma tática do tipo “vai que cola”, a mudança da meta fiscal deste e do próximo ano deve ser anunciada hoje.

O chamado déficit primário de 2017 deve ser ampliado para um número pior que o oficial, negativo em R$ 139 bilhões. Um aumento de até R$ 20 bilhões, para R$ 159 bilhões, já foi absorvido pelo mercado, mas um salto de R$ 129 bilhões para algo em torno de R$ 170 bilhões no saldo negativo de 2018, conforme se especula, não é esperado, pois um déficit no ano que vem maior que o deste ano indica um descontrole na trajetória da dívida.