Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a indústria de transformação brasileira atingiu no Índice Firjan de Produção exportada (IFPE) o recorde histórico de 18,2%  durante o primeiro semestre. A IFPE é um indicador que mede a parcela da produção destinada à exportação.

No semestre anterior, essa fatia de exportação foi de 17,3%. A elevação pode ser explicada pela retração da demanda doméstica, já que, uma vez que o Brasil não estava consumindo os produtos industriais na mesma escala, as vendas no exterior ficaram maiores sem que houvesse um crescimento de demanda internacional.

“Num período de crise aguda, o setor externo realmente aparece como única alternativa para o escoamento da produção (…), mas ainda assim não é suficiente para recuperar o setor produtivo. A retomada da indústria certamente passa pela recuperação do mercado doméstico”, avaliou Jonathas Goulart, coordenador de Estudos Econômicos da Firjan.

De acordo do com jornal O Estado de S. Paulo, entre os 24 setores da indústria de transformação analisados, 16 elevaram a parcela de produção exportada, mas ao mesmo tempo, esses 16 também reduziram a produção. Os quatro setores que tiveram maiores níveis no IFPE foram máquinas e equipamentos (28,4%), borracha e plástico (10,2%0, móveis (7,4%) e produtos diversos (13,6%), categoria que engloba itens como bijuterias, instrumentos musicais e artefatos para pesca.

Esse desemprenho reforça o cenário pouco dinâmico apresentado pela Pesquisa Industrial Mensal, divulgada esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em que a indústria geral avançou 0,5% por conta do crescimento de 6% da estrativa mineral.