“Temos todo o direito de tomar contramedidas … inclusive para derrubar aviões bombardeiros estratégicos dos Estados Unidos, mesmo quando não estiverem dentro do espaço aéreo do nosso país”, afirmou Ho durante uma rápida conversa com jornalistas, em frente ao seu hotel próximo à sede das Nações Unidas em Nova York.
Ri Yong Ho estava falando especificamente das últimas declarações do presidente norte-americano sobre a Coreia do Norte postadas no Twitter no fim de semana, quando Trump disse que o líder da Coreia do Norte “não estará lá por muito tempo”, insinuando que destituiria a dinastia de Kim Jong-Un.
“No fim de semana Trump afirmou que nossa liderança não duraria muito mais tempo e declarou uma guerra no nosso país”, afirmou o ministro norte-coreano aos repórteres.
Ele frisou que pela retórica de guerra de Trump – o seu país tem direito de reagir. “Teremos todo o direito de tomar todas as medidas contrárias autodefensivas, incluindo o direito de derrubar os bombardeiros estratégicos”, comentou.
A Casa Branca ainda não se pronunciou sobre os comentários do ministro norte-coreano.
Guerra de palavras
A guerra de palavras entre os dois líderes aumenta a cada dia a tensão entre Washington e Pyongyang, especialmente depois do discurso de Donald Trump perante a ONU, em que o presidente americano ameaçou destruir a Coreia do Norte, caso o seu programa de armamento nuclear não seja abandonado.
No sábado (23) forças norte-americanas sobrevoaram o espaço aéreo próximo às águas norte-coreanas. O ministro do Exterior norte-corean disse que Trump estava em uma “missão suicida”, devolvendo assim as palavras ditas pelo presidente americano na ONU sobre Kim Yong Un, a quem chamou de “homem-foguete”, em uma “missão suicida”.
“Ninguém além do próprio Trump está em uma missão de suicídio”, disse Ri Ho em um discurso na na Assembléia Geral da ONU. Ele também falou que “se vidas inocentes dos Estados Unidos forem prejudicadas por causa desse ataque suicida, Trump será totalmente responsável”.
Ainda na ONU, Ri Yong Ho também informou que seu país está entrando na “fase final” do estabelecimento de um sistema nuclear que tem fins de defesa e só será utilizado como “última opção”. A Coreia do Norte já foi sancionada pelo Conselho de Segurança da ONU pela continuidade de testes com missieis balísticos e pelo desenvolvimento de armamento nuclear.