Mesmo com o clima de cautela no mercado internacional, após o novo lançamento de míssil da Coreia do Norte e da explosão de uma bomba em Londres, Ibovespa subiam 1,37%, aos 75.677 pontos, às 14h49 (horário de Brasília), superando a sua maior marca histórica de 75.332 pontos do último dia 12.

O mercado interno pouco reage aos fatores externos e fora a nova denúncia de Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer, os investidores comemoram as vendas no varejo e a produção industrial nos EUA abaixo do esperado em agosto, que deve levar ao Federal Reserve a seguir com sua política de baixos juros.

Os juros futuros com vencimento em janeiro de 2018 operam com leve queda de 1 ponto-base, para 7,60%, enquanto os com vencimento em janeiro de 2021 sobem 1 ponto-base, a 8,95%. O dólar comercial, por sua vez, avança 0,36%, cotado a R$ 3,1268 na venda, enquanto o contrato futuro com vencimento em outubro registrava valorização de 0,26%, a R$ 3,134.

As vendas no varejo nos EUA recuaram 0,2% na passagem de julho para agosto, enquanto o mercado esperava alta de 0,1% na passagem, ao passo que a produção industrial no país recuou 0,9% e a projeção apontava avanço de 0,2%. De acordo com o Fed, que publica o dado, o furacão Harvey, que atingiu a costa do Golfo dos EUA no fim do mês passado, foi responsável pela maior parte da contração, ao afetar as operações de extração e refino de petróleo.

Diante das incertezas do aquecimento da economia dos EUA e o baixo nível de inflação, aumenta ainda mais a expectativa de que o Federal Reserve prossiga com sua política monetária expansionista, o que favorece a liquidez mundial e impulsiona o mercado de ações.

Tensão geopolítica

O nível de preocupações com as tensões geopolíticas envolvendo a Coreia do Norte voltou a crescer, após o lançamento de um míssil que sobrevoou território japonês. As informações do governo japonês são de que o míssil foi lançado de Pyongyang, por volta das 7h00 (horário local) desta sexta, e voou para o leste passando sobre o Japão, na região de Hokkaido, onde já havia ocorrido um disparo no último dia 28 de agosto. Segundo o governo, o objeto caiu no Oceano Pacífico.

Na Europa, outra preocupação em segurança internacional ocupa destaque nas notícias. Uma explosão no metrô de Londres deixou pelo menos 22 feridos, mas nenhuma vítima, segundo informações da rede de televisão BBC. As autoridades já tratam o episódio como um ataque terrorista e a primeira-ministra, Theresa May, convocou um comitê de emergência para discutir a situação.

Destaques do mercado

Os papéis da JBS (JBSS3) seguem com o movimento de alta do pregão passado diante das discussões sobre a sucessão na presidência da empresa. Fora do índice, destaque para as ações da Cesp (CESP6), que recuam cerca de 5% após o governo de São Paulo suspender leilão de venda.

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ELET6 ELETROBRAS PNB 25,53 +4,03 +4,74 16,01M
 CSNA3 SID NACIONALON 10,78 +3,75 -0,65 39,51M
 JBSS3 JBS ON 8,90 +3,61 -21,68 63,55M
 BRML3 BR MALLS PARON 15,11 +3,56 +46,23 49,26M
 QUAL3 QUALICORP ON ED 37,11 +3,37 +98,99 93,04M

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 KROT3 KROTON ON 19,21 -1,23 +47,17 88,13M
 ESTC3 ESTACIO PARTON 28,07 -1,16 +80,74 43,46M
 CYRE3 CYRELA REALTON 14,39 -0,69 +41,12 12,78M
 EGIE3 ENGIE BRASILON 37,12 -0,62 +12,61 14,53M
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 11,26 -0,53 +39,65 5,06M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Nova denúncia contra Temer

Conforme esperado, o procurador-geral Rodrigo Janot apresentou ao STF (Supremo Tribunal Federal) uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer. Desta vez, o peemedebista é acusado de obstrução à Justiça e organização criminosa, em material que se ampara nas delações de executivos do grupo J&F e do corretor de valores Lúcio Funaro.

A expectativa é de que a denúncia recém-apresentada contra o peemedebista não provoque grandes dores de cabeça ao governo, já que a “flechada no pé” de Janot no caso das delações da JBS colocou sob questionamento as provas obtidas e enfraqueceu politicamente a denúncia contra Michel Temer. Novos acordos e concessões pontuais serão necessários, mas nada fora do habitual em Brasília.

Assim que Rodrigo Janot apresentou a segunda denúncia contra Michel Temer o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tratou de tranquilizar os ânimos sobre a evolução da agenda de reformas. De acordo com Meirelles, está mantida a previsão de aprovação da reforma da Previdência pelo Congresso em outubro.

Fonte: Infomoney