A queda dos juros prevista para os próximos anos deverá levar os fundos de pensão a buscarem mais risco, o que não é um grande problema, dado que eles têm grande experiência nisso, afirma Jorge Simino, diretor de investimentos da Fundação Cesp. O problema, diz, é a falta de opções para diversificação. “Pegando a Bovespa, por exemplo, o total do valor de mercado das 310 empresas é de R$ 3 trilhões, mas as 60 do Índice Bovespa sozinhas representam R$ 2,4 trilhões”, diz Simino. “Ou seja, todas as outras valem cerca de R$ 500 bilhões e tem baixíssima liquidez, o que mostra a dificuldade em diversificar”. Outro exemplo são os fundos imobiliários. Os três maiores negociam em média R$ 2 milhões por dia, um valor irrisório.

Ao mesmo tempo, aumentar a parcela de renda variável implicará em mais oscilação das carteiras. E isso pode não ser bem entendido pelos participantes. “Teremos de investir em educação para que esse investidor entenda que essas oscilações são normais já que os ativos oscilarão mais que a renda fixa”.

Simino participou do 38 Congresso da Associação Brasileira das Entidades de Previdência Privada (Abrapp).