Mercados Globais

Depois do pregão de forte otimismo de ontem, os mercados aguardam dados da economia dos EUA e declarações importantes de dirigentes do FED e do BCE sobre política monetária.

A empresa global de consultoria IHS-Markit, divulga os indicadores de atividade PMI. Na zona do Euro o indicador de setembro veio em alta em relação de agosto, mostrando que a atividade europeia está mantendo ritmo elevado, provavelmente como resultado da política de estímulo do Banco Central Europeu, em ação desde a crise de 2009. Veja o gráfico do indicador:

 

 

O indicador acima de 50 indica expansão. Em setembro, ele ficou em 56,7, melhor que a leitura final de agosto, de 55,7. O indicador de atividade está em alta há 51 meses na Zona do Euro e mostra o vigor da atividade na região que, com quase US$ 12 trilhões, é uma das maiores economias do planeta e afeta diretamente o equilíbrios dos mercados globais.

A nota ruim para a região é a evolução do quadro político na Catalunha. As lideranças políticas da região indicam que a tendência é de acirramento da batalha pela independência. A governabilidade do país pode sofrer seriamente com essa questão e isso afeta as expectativas em torno do financiamento das dívidas europeias e a cotação do euro. Apesar do governo Mariano Rajoy bater firme na questão da ilegalidade do pleito catalão, as turbulências continuarão a mexer com os mercados.

Nos EUA serão divulgados os dados de produção industrial (PMI e ISM), as vagas criadas em setembro segundo estimativa da empresa de processamento de filhas de pagamento ADP Systems e os estoques do petróleo. Espera-se que tenham sido criadas algo como 140 mil vagas em setembro, segundo levantamento da Bloomberg. Os estoques de petróleo, por seu turno, serão sinal importante para o nível da cotação, que caiu novamente abaixo dos US$ 52, como resultado do aumento da quantidade de sondas em operação nos EUA, segundo levantamento divulgado na sexta-feira.

Brasil

Nos negócios do pré-mercado, os ADRs da Vale negociavam em forte alta, como resultado do anúncio, feito ontem pela agência de ratings Fitch, de elevação do rating da empresa de BBB para BBB+.

Ontem o mercado foi impulsionado por boatos de privatização da Petrobrás e redução dos compulsórios. A privatização da Petrobrás parece ser uma decisão pouco provável a ser tomada nesse governo, mas a abertura de capital da BR Distribuidora é bem palpável e deve acontecer, de fato, ainda que o prazo não esteja divulgado. A redução dos compulsórios depositados pelos bancos no BC já foi tema de anúncios logo nos primeiros dias da atual gestão. Deve ocorrer, também, no primeiro semestre do ano que vem. O momento é propício, já que a economia está em ritmo suave e o aumento da oferta monetária não produziria, sozinho, pressão sobre o nível de preços.

O Ibovespa fechou em sua mais nova máxima histórica, a 76.762, e deve continuar a sua trajetória de alta hoje. A manutenção dos juros em queda sustenta as altas, em mês de alta nos EUA e de divulgação dos resultados corporativos aqui. A nossa expectativa é que os balanços, que começam a ser divulgados na semana que vem, tragam melhoras substanciais. As empresas já fizeram fortes ajustes em seus ativos, dívidas e custos ao longo dos vários trimestres de encolhimento da atividade econômica. Agora os resultados devem se beneficiar do aumento, ainda que modesto, das vendas, impulsionadas pela retomada da atividade econômica.