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BNDES quer emprestar para empresas da Lava Jato; microempresas terão novos serviços

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O BNDES deve terminar este ano com liberações de crédito de R$ 78 bilhões, R$ 10 bilhões a menos que no ano passado, e vai ampliar esse valor no ano que vem para R$ 100 bilhões, estima o presidente do banco, Paulo Rabello de Castro. Segundo ele, essa aumento acompanhará o crescimento do país e terá como foco também empresas atingidas pela Operação Lava Jato e micro e pequenas. “O que temos à frente é crescimento da atividade econômica, acima de 3% e beirando os 4% no ano que vem, o que não é nada de mais depois de uma queda de 10% do PIB como a que tivemos nos últimos anos”, diz. “E o BNDES vai ajudar nesse crescimento.”

Queda de quase 30% nos investimentos

Segundo ele, a retração das liberações do banco de fomento acompanha a forte queda da taxa de investimentos do país. “A queda total de 2013 para cá nos investimentos das empresas brasileiras foi de 29,7%, houve uma desarticulação de vários segmentos”, disse, acrescentando que esta foi a maior queda dos últimos anos, superando os 16,2% no Plano Collor, em 1991, e os 14% da Crise do México, de 1995.

Crédito para empresas da Lava Jato

Rabello de Castro diz que é preciso ampliar o crédito e para isso o BNDES está buscando liberar empréstimos para empresas citadas na Operação Lava Jato. “O país melhorou muito com as investigações e as punições, mas há o risco de jogar o bebê fora junto com a água do banho”, afirma. Segundo ele, outros países têm legislações mais ágeis que permitem a retomada do crédito para empresas punidas por irregularidades. “Esperamos que sejam feitas mudanças na lei que permitam isso”, diz. Ele cita a queda no volume de financiamentos para empresas desde dezembro de 2015, de 28,5% para 22% do PIB neste ano. “Estamos destruindo liquidamente R$ 10 bilhões mensais em créditos para pessoas jurídicas e temos de reverter isso”, afirma.

Canal direto com micro e pequenas

Além das empresas da Lava Jato, Rabello espera ampliar os empréstimos para micros e pequenas empresas por meio do Canal do Desenvolvedor, que será transformado em uma plataforma mais ampla, o BNDES Online. “As micro e pequenas empresas são muito desatendidas pelos bancos, que estão perdendo oportunidades, percebi isso ao analisar o cadastro das empresas que nos procuraram pelo canal e constatamos que 90% delas têm bons cadastros”, afirma. No BNDES Online, a empresa tratará diretamente com o banco oficial, que está negociando uma parceria com o Sebrae e com empresas de tecnologia, as fintechs.

Empréstimos para giro

Outra linha que o banco quer ampliar é o BNDES Giro, que aumentou de R$ 400 milhões por mês no ano passado para R$ 1 bilhão este ano e deve chegar em 2018 a R$ 2 bilhões por mês. “E o cartão  agro também deve ter modificações no ano que vem, com dispositivos mais ágeis”, diz.

Conversas com Caixa e BB

Segundo Rabello, o BNDES está fazendo reuniões com os outros bancos oficiais, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, para debater a retomada do crédito. “Estamos buscando uma coordenação público-privada para 2018 para permitir o crescimento do crédito “, afirma. O presidente do BNDES afirmou que os problemas do Brasil estão “bem mapeados” e que o governo “paga um peço alto por bancar as reformas”. “O governo Temer é um governo reformista”, diz.

BNDES não criou campeões e não é babá de empresário

Rabello defendeu o BNDES das críticas de ter privilegiado grandes empresas durante os governos Lula e Dilma. Segundo ele, o banco “não criou os campeões nacionais, nem é babá de mau empresário”. Prova disso é que a carteira do banco é extremamente diversificada. “O BNDES tem vocação em infraestrura, agricultura, e vocação crescente em comércio e serviços”, afirma. Segundo ele, uma linha cadente nas operações do banco e que preocupa é a da indústria nacional. “Há uma tendência néo-pigméa de nós apequenarmos, especialmente na indústria 4,0, na tecnologia, e esse é um dos problemas que causa a fragilidade do crescimento e a fragilidade da economia brasileira”, diz.

Manicômio tributário

Segundo Rabello, o setor agrícola foi um dos poucos que conseguiu sobreviver ao “manicômio tributário” e à tenaz do juro imbativelmente alto, excessivamente alto”, disse. “O juro tem sido injustificavelmente alto não por anos, mas por décadas”, afirma.

Rabello destacou a importância do BNDES para a economia brasileira, lembrando que a instituição é o terceiro banco de desenvolvimento do mundo, com ativos de R$ 870 bilhões e patrimônio de R$ 59,6 bilhões. O economista afirmou ainda que a inadimplência do banco é baixa, 1,83%. E que espera que o próximo governo “dessacralize as despesas de investimento”.

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