A decisão do deputado Evandro Gussi (PV) de protocolar o projeto de lei que cria a Política Nacional de Biocombustíveis, o RenovaBio, em vez de encaminha-la via Medida Provisória, cuja minuta está na Casa Civil desde agosto, desapontou o BTG Pactual. Mesmo assim, os analistas seguem recomendando “compra” para as ações da empresa do setor sucroalcooleiro São Martinho (SMTO3).

A equipe do banco lamenta que ao tramitar via projeto de lei, o RenovaBio agora precisa ser apreciado na Câmara e no Senado, o que pode levar meses ou até anos. Diferentemente de MP que, a partir da sanção presidencial, teria efeito imediato.

Discutido dentro do governo há mais de um ano, o RenovaBio é uma demanda do setor de biocombustíveis sobre maior produção e cumprimento de metas de redução de emissões firmadas pelo Brasil durante a conferência de mudança climática (COP-21).

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Dentre as propostas, prevê metas para mistura do etanol à gasolina de 30% até janeiro de 2022 e de 40% até janeiro de 2030 (hoje é de 27%). Em adição, a participação do etanol na matriz de combustíveis para veículos leves chegaria a 55% em 2030.

Para os analistas do BTG, a meta para 2022 traz pouco incentivo para produção e consumo de etanol. Já aquela para 2030 representa um impulso significativo. “Em nossas estimativas, o etanol precisaria de uma alta de 31% no preço ante os níveis atuais para elevar sua fatia na matriz de combustíveis para veículos leves”, diz relatório assinado por Thiago Duarte e Vito Ferreira.

Ou seja, por ora, minguaram as expectativas de transformação em breve do mercado brasileiro de etanol e, ao menos nos próximos quatro anos, o efeito seria relativamente limitado. Enquanto isso, a sugestão de “comprar” São Martinho reside, principalmente, no viés otimista para os preços do açúcar.

Fonte: Money Times