Gestão de recursos vai mudar no Brasil com juro menor, afirma Moody’s; independentes ganham

As gestoras de recursos no Brasil verão mudanças fundamentais na alocação de ativos, crescimento e ganhos à medida que as taxas de juros recuam, afirma a Moody’s Investors Service em um novo relatório. A agência de risco avalia algumas questões que o setor de gestão enfrenta, como, por exemplo, que os juros mais baixos vão reduzir o crescimento dos ativos sob gestão para fundos de renda fixa, que respondem pela maior fatia do segmento de administração de recursos no Brasil. A mudança deve afetar mais as gestoras de grandes bancos de varejo, hoje especializadas nesse tipo de fundo.

Independentes ganham

Além disso, a tendência de declínio nas taxas de juros provavelmente levará a uma rotação de ativos nos fundos de investimento, levando os investidores a realocarem suas carteiras em classes de ativos de maior rendimento, tais como ações e investimentos alternativos. “Tal mudança de alocação deve favorecer as gestoras independentes, que tendem a ser especializadas nessas classes de recursos”, diz a agência.

Taxas de administração devem recuar

A Moody’s também espera que as taxas de administração recuem em um ambiente de juros mais baixos, enfraquecendo as receitas das gestoras. As taxas de administração do setor mantiveram-se relativamente estáveis nos últimos anos, especialmente porque foram ofuscadas pelos retornos nominais elevados, e deram suporte à força financeira e aos sólidos ganhos das gestoras de ativos, diz a agência.

Juros mais baixos reduzirão os retornos dos investimentos levando a quedas nas taxas de administração, o que diminuirá a retenção de ganhos das gestoras. Em consequência, o impacto da redução dos juros sobre o retorno dos investimentos será mais pronunciado para os fundos de renda fixa, uma vez que o desempenho deles é mais dependente da taxa de juros referencial.