Corretoras selecionam as melhores ações “small caps” do mercado para janeiro

Depois do forte ganho no ano passado, as empresas menos negociadas, de menor valor de mercado, as chamadas “small caps”, devem continuar no radar dos investidores e gestores. Com a recuperação da economia avançando em 2018, a expectativa é que essas empresas, em geral voltadas para o mercado interno, tenham melhor desempenho, além de terem ficado fora do radar dos grandes investidores. Entre as recomendações de cinco corretoras, os destaques são a empresa de saneamento de Minas Gerais Copasa e a empresa de educação Ser Educacional.

Em dezembro, o Índice Small Caps voltou a subir, 7%, fechando o ano com 49,4%, e o provável cenário de volatilidade na bolsa ao longo de 2018 em função das eleições também terá impacto nas ações de menor valor de mercado, alerta José Cataldo, estrategista de pessoas físicas da Bradesco Corretora. Por isso, é fundamental ter foco na seletividade e diversificação para reduzir os riscos. A visão segue positiva para bolsa, com a recuperação da economia brasileira e das economias globais.

Copasa (CSMG3)

A Copasa é uma das indicadas pela Bradesco Corretora. A primeira revisão tarifária da estatal foi concluída em julho e agora a expectativa é que a empresa colha os benefícios do seu crescente fluxo de caixa que levará ao pagamento de dividendos robustos, espera a corretora. Seu preço também é atraente, negociando com um desconto de 16% contra Sabesp em termos de Valor de Empresa (Valor de mercado mais dívida) dividido pelos ativos (RAB). O retorno em dividendos (dividend yield) estimado para 2018 é de 7,7%. Os riscos são as eleições de 2018.

CVC (CVCB3)

Já a CVC é uma empresa de alto valor que deve se beneficiar da recuperação do crédito em 2018. O Bradesco vê a viagem como um produto particularmente desejável para as classes médias do Brasil, “por isso pensamos que será uma prioridade à medida que o desemprego cair e os salários reais voltarem a crescer. Além disso, a compra de duas agências de viagens corporativas, Rextur e Tendência, fortaleceu a companhia.

Ser Educacional (SEER3)

Ser Educacional está em três carteiras de small caps. A Bradesco Corretora espera um novo ciclo de crescimento do mercado de graduação com base em uma grande capacidade de expansão e inovação com ensino a distância. A Ser se destaca por ter um plano de expansão mais agressivo e potencial de crescimento da base de alunos matriculados maior que as concorrentes. A empresa deve ter um crescimento na base de alunos de 10% no período de 2016 a 2021, projeta a Bradesco Corretora. Os riscos estão em problemas na implementação do ensino a distância e o declínio das matrículas via Fies ou queda nas margens pela expansão da rede.

Camil (CAML3) 

Camil seria a melhor forma de participar do mercado de commodities ao longo de 2018, segundo a Bradesco Corretora. A empresa atua nas áreas de arroz e açúcar, que representam 90% de sua receita líquida, e é capaz de obter uma margem de lucro antes de impostos, depreciação e amortização (Lajida) de 10% a 12%. Além disso, a empresa tem boa perspectiva, pois é uma consolidadora natural do setor de arroz por sua escala e distribuição própria, diversificação e marcas fortes. A ação também está com um preço bom para compra, sendo negociada a 10 vezes seu lucro projetado (relação P/L de 10 vezes), para 18 vezes da M Dias Branco do mesmo setor.

Movida (MOVI3)

Movida entrou na carteira deste mês da Magliano Corretora, que diz estar otimistas com o setor, principalmente pela questão de ter flexibilidade em incrementar receita via aluguel ou venda de seminovos, o que cria uma condição estratégica de manter equilíbrio em sua geração de caixa ao longo do tempo.

Além disso, dentro do contexto de retomada no crescimento econômico e da chegada das eleições, a corretora espera um aumento sazonal de demanda por locação de veículos durante as campanhas eleitorais, o que pode representar uma boa oportunidade para a Movida. Estreante na bolsa no ano de 2017, a companhia é uma das maiores locadoras de carros do Brasil e segue com perspectivas de ganhos de margens para o ano de 2018.

EzTec (EZTC3)

Já a Eztec, mesmo com o cenário econômico desafiador,  a companhia seguiu apresentando boas margens nos últimos anos e sólida posição de caixa, neste caso reforçado pela alienação da Torre B do empreendimento comercial EZ Towers a Brookfield. Com os sinais de retomada da atividade econômica, estabilidade e viés de melhora nas condições de crédito no país, a Magliano acredita que a companhia apresente melhoras de margens ao longo dos próximos trimestres.

Iguatemi (IGTA3)

O Santander, por sua vez, diz que em meados de outubro revisou as estimativas para o setor de shopping centers e passou a ver um crescimento médio de 22% para a geração de caixa das principais empresas no ano de 2018. Entre as opções, o Iguatemi aparece como uma das melhores companhias dentro do setor de shoppings para surfar a retomada da economia a partir do 2º semestre de 2017, diz o Santander.

Além de beneficiar-se da queda dos juros brasileiros (o banco projeta Selic em 6,75% ao fim de 2018) dada uma recuperação do ambiente de consumo a partir de crédito mais barato, o fato dos seus contratos com os lojistas permitirem reajuste pela inflação torna o nome de Iguatemi uma alternativa cada vez mais interessante num cenário de juros nominais mais baixos.

Além disso, lembra o Santander, o setor de consumo/varejo é um dos mais representativos do Índice Small Cap (SMLL) da BM&FBovespa com peso de 15,0%. E, com um portfólio de shoppings premium direcionado aos consumidores de renda média-alta, a companhia é considerada relativamente mais defensiva.

Iochpe Maxion (MYPK3)

Já Iochpe Maxion, com operações em 14 países e 31 unidades fabris, se enquadra como a maior fabricante de rodas de aço do mundo e uma das maiores fornecedoras de outros componentes automotivos, com foco em rodas de aço e alumínio, além de chassis para veículos comerciais. Como cerca de 80% das vendas da companhia são realizadas no exterior, a Iochpe se torna uma escolha segura em períodos de dúvida quanto à recuperação da economia brasileira e potencial apreciação do dólar, avalia o Santander.

A diversificação geográfica de suas vendas e a execução bem-sucedida no controle de custos têm permitido a companhia um bom momento operacional. Para os próximos trimestres, o Santander espera que a retomada do mercado doméstico de veículos deva continuar impulsionando os
resultados operacionais da empresa. A companhia está também sendo negociada atualmente a 5,6x Valor da Firma/LAJIDA para 2018, o que apresenta um desconto de 8% em relação a sua média histórica de negociação.

Metal Leve  (LEVE3)

Com 4 plantas instaladas no Brasil e 1 na Argentina, a Mahle Metal Leve é uma das empresas líderes na fabricação de componentes de motores à combustão e filtros automotivos, lembra o Santander. Atuando desde os anos 50 no Brasil, a companhia faz parte do grupo alemão de autopeças Mahle, que tem atuação entre os principais mercados mundiais e é referência em termos de pesquisa e inovação.

O baixo endividamento e alto market share no mercado (cerca de 75% do segmento de rolamentos e anéis de pistão) fazem da Mahle um dos nomes mais defensivos dentro do universo de bens de capital, avalia o Santander.

Seus mercados são diversificados, com 50% das vendas destinadas a exportações, 25% para montadoras no Brasil e 25% para o mercado de reposição brasileiro) permite a companhia ter um fluxo de caixa mais previsível e seguro. O Santander observa que, após dois anos de retração na produção e venda de veículos leves e pesados, a aposta
da companhia na recuperação do setor automotivo em 2017 se mostrou correta. O banco espera um retorno em dividendos de 6,94% para 2018.

Confira abaixo as demais small caps indicadas pelas corretoras: