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Após prejuízo de R$ 1,1 bi em 2017, ação da BRF cai 9%; S&P vê perspectiva negativa

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A operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que denunciou um esquema de propina para subornar fiscais do Ministério da Agricultura, continua a afetar o resultado da BRF (BOV:BRFS3), dona das marcas Sadia e Perdigão. Ao menos foi a justificativa dada pela direção da empresa ao apresentar os resultados do quarto trimestre e do ano passado. A companhia registrou um prejuízo líquido consolidado de R$ 1,1 bilhão em 2017, o triplo dos R$ 367 milhões de 2016, dos quais R$ 784 milhões se concentraram no quarto trimestre.

O aumento do prejuízo em um ano de recuperação da renda frustrou os investidores, que já vinham descontentes com os resultados da empresa desde 2016. As ações preferenciais da BRF caíram 8,33% na B3. O Índice Bovespa fechou em alta, de 0,7%, aos 87.293 pontos, novo recorde.

E a agência de risco Standard & Poor’s anunciou que está mudando para negativa a perspectiva dos ratings da BRF em escala global pela empresa não ter apresentado melhora em seu desempenho operacional no segundo semestre de 2017, o que dificultou a redução de sua dívida e criou dúvidas sobre sua capacidade de controlar a volatilidade ao longo dos ciclos de negócios. Os ratings da empresa podem ser rebaixados nos próximos 6 a 12 meses se a empresa não reduzir sua dívida ou aumentar sua geração de caixa.

As perdas vieram em função de diversas provisões operacionais excepcionais. Estes lançamentos totalizaram R$ 453 milhões no EBITDA, compostos por: (i) R$206 milhões referentes ao ajuste a valor realizável dos estoques; (ii) R$164 milhões decorrentes de reforços de provisões de natureza cível e trabalhista; (iii) R$49 milhões oriundos de ajustes comerciais excepcionais na OneFoods; e (iv) R$34 milhões referentes a outros lançamentos incorridos no período.

No resultado financeiro, a Companhia foi impactada no quarto trimestre por R$80 milhões referentes à parcela da despesa financeira atribuída aos lançamentos das provisões operacionais e pelo ajuste de marcação a mercado de uma operação de Total Return Swap, de R$121 milhões.

A companhia reportou queda nas receitas líquidas de 0,77%, no ano e aumento de apenas 3,6% no quarto trimestre, refletindo acima de tudo os menores volumes exportados, por conta do fechamento de algumas regiões e por menores preços tanto no mercado interno quanto no externo.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Lajida ou Ebitda) caiu 13,4% no quarto trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, fechando em R$ 499 milhões.

Outros dois pontos negativos foram a perda de participação de mercado da empresa no Brasil, que tem as marcas Sadia e Perdigão, na categoria frios, e o forte aumento da alavancagem, com a relação dívida líquida sobre Ebitda passando de 3,25 vezes para 4,79 vezes em um ano.

Os números vieram muito fracos e abaixo do esperado, avalia a corretora Guide Investimentos. O resultado foi pressionados pelas operações internacionais , em especial no Japão, que permanece com um elevado número de estoques. Efeitos não recorrentes também contribuíram para esse resultado mais negativo. “Por sinal, ressaltamos que esses dois últimos anos tem sido mais fracos e impactados por eventos não recorrentes”, afirma a Guide em relatório.

O destaque continua com as operações do Brasil em função da eficiente estratégia comercial adotada pela companhia e controle de gestão de custos e despesas do management. “Olhando para a frente, ainda esperamos continuidade da recuperação do mercado interno, com aumento dos volumes vendidos, somados ao contínuo controle das despesas e alívio nos custos (embora os preços do milho podem pressionar margens)”, diz a Guide.

O ponto de atenção fica para o mercado internacional que segue com estoques elevados e perda de market share na Europa, que tende a impactar nos preços e pressionar ainda mais as margens da companhia.

O mau resultado deve aumentar a pressão dos acionistas sobre o Conselho de Administração e em especial seu presidente, o empresário Abílio Diniz, além da diretoria da empresa. Segundo o Valor Econômico, os fundos de pensão Petros e Previ devem entregar até quarta-feira uma carta à empresa pedindo a convocação de uma assembleia para destituir todo o conselho liderado pelo empresário. A BRF tem capital pulverizado em bolsa e Abílio, assim como os fundos de pensão, são grandes acionistas.

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