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Bate que eu gosto! Sua ação gosta de "apanhar" do mercado?

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Eu sei que o título deste texto parece ter sido retirado das célebres frases de Nelson Rodrigues que dizia: nem toda mulher gosta de apanhar. Só as normais.

Nem toda empresa gosta de apanhar do mercado. Ou seriam só as normais?

Ok, vamos explicar…

O título é apropriado ao contexto, porque a relação empresa/acionista muitas vezes é bem afetiva, emotiva, quase passional. (Embora, muitos cientistas afirmem que nós somos seres racionais).

E estamos em plena safra de divulgação de resultados do último trimestre e do ano de 2017.

Logo, veremos esta cena corriqueira nos próximos dias.

Empresas divulgando bons resultados e mesmo assim, veremos suas ações caindo, apanhando literalmente do mercado.

A cena é esta que você imaginou: de um lado, ela a empresa, e do outro o senhor mercado “batendo” forte, de forma viril. E a cotação da ação no terminal derretendo, despencando, sangrando…puro vermelho

Nesta situação onde a empresa divulga um bom resultado, e suas ações caem, o que você como investidor deve fazer?

O primeiro passo é entender porque este fenômeno acontece.

Podemos fazer uma rápida analogia da relação empresas/investidores como a relação pai/filho.

O filho que trás para o pai, bimestre após bimestre uma nota 9 em matemática. Mas que no último mês trouxe para casa um 8,5 no boletim escolar, pode levar um puxão de orelha do pai, ou um severo castigo. E ouvir: por que você tirou um 8,5, quando todo bimestre você tirava 9?

Amigos, estamos falando de expectativas…

Em outras palavras, desapontar o papai não é legal. Se desapontar os pais não é legal imagina desapontar o “mercado”, onde a relação é monetária, não afetiva.  E é exatamente isso que acontece com as empresas que desapontam os investidores e analistas. Elas são punidas com quedas em suas cotações. Evaporam-se milhões ou bilhões em algumas horas, ou minutos.

Mas notem que estamos falando de uma nota 8,5, em que a nota máxima era 10. Olhando se o contexto, muitos  concordariam que um 8,5 no boletim é até uma nota alta. Mas a reação emocional imediata, de curto prazo vai prevalecer, e o castigo virá, mesmo que depois seu pai se arrependa.

O “sábio” Ben Graham, tutor intelectual de Warren Buffett já dizia em seu livro fundamentalista (no bom sentido do termo), o Investidor Inteligente: no curto prazo o mercado é uma urna, no longo prazo o mercado é uma balança.

Movido por extremos de curtíssimo prazo, no longo prazo o mercado é uma entidade relativamente equilibrada.  Os fundamentos das empresas prevalecem sobre os “ruídos de curto prazo”.

E faz todo sentido pensar assim, porque atrás de um terminal de cotação, existem pessoas de carne e osso, que possuem emoções, que possuem glândulas de adrenalina, e (alguma) racionalidade. Esta entidade chamada mercado de ações, nada mais é que a cabeça de diversos investidores comprando e vendendo ativos.

Felizmente (ou infelizmente, dependendo de como você estiver posicionado no mercado) o contrário também é verdadeiro, trazer um 9,5 no boletim, vai arrancar um sorriso e um elogio do pai. Logo, empresas que conseguem surpreender o mercado são bem recompensadas, tendo suas ações subindo no dia da divulgação de resultados.

Para o bem de verdade, combinar o “jogo com os pais” pode ajudar bastante. O filho que ficou na ‘brincadeira’ o bimestre inteiro, semanas antes de levar o boletim para casa, já pode ir conversando com o pai no jantar, avisando que as notas naquele bimestre não serão grande coisa.

Aqui cabe, a função primordial das equipes de relações com investidores, de ir “sinalizando” aos seus públicos quais serão os seus resultados, de forma que, se a notícia final for amarga, dura, que ela chegue de forma bem “suavizada” ao ouvido dos investidores. Evitando uma queda abrupta no dia da divulgação de resultados. Algumas empresas fazem esta sinalização, outras “esquecem”. Isto faz parte, o mundo não é perfeito…

Já vimos muitos executivos trabalhando as expectativas dos analistas nas teleconferências, muitos ali até conseguem serenar os ânimos dos investidores, revertendo até uma queda de cotação com promessas positivas futuras. Já vimos várias vezes isto acontecer, é memorável. Principalmente, nos casos em que os resultados trimestrais foram um desastre.

De fato, de trimestre em trimestre as empresas de capital aberto e seus acionistas fazem esta  D.R.,  ambas partes irão “Discutir a Relação”. Como muitos casais fazem ao discutir sua relação semanalmente  ou mensalmente.

E respondendo a pergunta que fizemos ao longo do artigo: o investidor deve se preocupar com uma queda abrupta das cotações na divulgação dos resultados?

Na nossa visão ainda que a empresa tenha divulgado um resultado inferior aos consensos dos analistas, dadas  justificativas, se o resultado for sólido, isto é, de crescimento em bases recorrentes em termos anuais e trimestrais, não há dúvidas, que os números da empresa se prevalecerão em um segundo momento, e a reação de curto prazo do mercado que era de queda das cotações, será revertida.

É normal a empresa apanhar do mercado, sim. Pelo menos as normais. Aquelas que possuem uma grande cobertura de analistas e investidores.

Nesta hora, a empresa é quem vai abrir um sorriso e dizer: Senhor Mercado, bate que eu gosto! Contra fundamento. Não há argumento.

Por Shin Lai

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