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A pequena empresa e o crédito; 10 dicas ajudam a buscar opções, planejar e evitar armadilhas

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Quando ouvem a palavra ‘crédito’, pessoas físicas e donos de pequenos negócios no Brasil muitas vezes tendem a imaginar algo arriscado ou mesmo um sinal de que “as coisas vão mal”. É o que mostra a experiência de  Elenilton Souza, gerente de Desenvolvimento de Crédito do Banco Cooperativo Sicredi, instituição financeira cooperativa com mais de 3,7 milhões de associados, dos quais cerca de 10% são pessoas jurídicas e, desse universo, 96% micro e pequenas empresas (MPEs).

Informação e orientação: ferramentas para achar o melhor caminho

Falando sobre o caso das empresas, Souza destaca a importância de se ter cautela e planejamento ao tomar recursos, mas também de considerar que, se bem planejadas e executadas, as soluções de crédito podem ser aliadas e contribuir para expansão do empreendimento.

“É importante que esses empresários busquem orientação e informações, seja para tomada ou para utilização de crédito. Desta forma, aumentam as chances de encontrar linhas mais adequadas às suas necessidades, sem comprometer o orçamento ou os planos futuros da empresa”, alerta.

Pesquisa do Sebrae mostra que MPE acha crédito bancário caro e difícil

Pesquisa feita pelo Sebrae Nacional entre 2016 e 2017 mostra que os empréstimos tradicionais em bancos comerciais são considerados caros e difíceis de obter pelos donos de Micro e Pequenas Empresas (MPEs). Entre os principais fatores apontados por eles figuram excesso de burocracia e exigência de garantias reais.

Apenas 16% procuraram recursos novos em bancos

Mas o estudo confirma que, entre os próprios empresários, existe uma parcela importante que tem aversão a tomar empréstimos.

O consultor da área de Gestão Estratégica e Pesquisas do Sebrae-SP Pedro João Gonçalves lembra que ao serem questionadas, no ano passado, se haviam tentado algum empréstimo/financiamento novo em bancos nos últimos seis meses, apenas 16% das consultadas (empresas com faturamento até R$ 3,6 milhões/ano) tinham buscado esse tipo de crédito.

A maioria dos que tentaram empréstimos (82%) enfrentou dificuldades

Considerando apenas as empresas que tentaram obter empréstimos novos, destaca o estudo do Sebrae, 82% enfrentaram algum tipo de dificuldade. Desse universo, 48% citaram como problema a taxa de juros muito alta, 20% a falta de garantias reais, 16% a falta de avalista/fiador, 11% a documentação fiscal exigida, 10% a documentação contábil exigida e 10% outras dificuldades.

Apenas 18% dos que tentaram obter empréstimo não encontraram nenhuma dificuldade.

51% dos que evitaram empréstimo alegaram algum tipo de aversão a financiamento bancário

Dos 84% que não tinham buscado tomar recursos, explica Gonçalves, 39% disseram não necessitar de crédito. Porém mais da metade (51%) dos consultados apresentou como justificativas para tal decisão motivos que mostram temor ou aversão ao crédito.

Assim, uma fatia de 16% disse ‘não gostar de empréstimos’; 15% disseram ‘não confiar na política econômica’. Outros 11% afirmaram acreditar ‘que não conseguiriam pagar’ o empréstimo; 6% alegaram ‘não gostar de pagar juros altos’ e outros 3% mencionaram o fator ‘burocracia’ para ficar longe de financiamentos.

MPEs respondem por apenas 14% da carteira ativa dos bancos; concessões caíram 36%

Ainda de acordo com informações do Sebrae, a participação dos pequenos negócios no total dos empréstimos bancários, relativamente baixa em todo o mundo, também no Brasil se encontra nessa situação.

No primeiro trimestre de 2017, as MPEs locais respondiam por apenas 14% da carteira de crédito ativa dos bancos. Entre o quarto trimestre de 2014 e primeiro trimestre de 2017, o volume total de crédito concedido às MPEs caiu 36% (já descontada a inflação), contra retração menor, de 23%, no grupo das médias empresas, e de 15% nas grandes empresas.

Destaques entre os bancos privados e públicos

Entre os bancos que se destacam na concessão de crédito às MPEs, diz relatório do Sebrae, estão o BNDES (por meio de sua rede de agentes financeiros credenciados), Bradesco, Santander e Itaú, no setor bancário privado, e o Bestes e o BNB, entre os bancos públicos. Juntas, estas instituições respondem por 81% dos recursos emprestados às MPEs.
Banco do Brasil e Caixa Federal também têm papel importante, diz o Sebrae, mas principalmente como repassadores de recursos do BNDES.

Cooperativas de crédito e agências de fomento aumentaram empréstimos

Apesar da queda do volume de crédito concedido às MPEs nos últimos três anos, diz o estudo do Sebrae, há instituições financeiras que apresentaram crescimento nos empréstimos concedidos ao segmento, sendo exemplos disso as cooperativas de crédito, algumas agências de fomento e alguns bancos privados, como o Santander.

Principal forma de financiamento ainda é pagamento a prazo de fornecedores, usada por 53%

De acordo com a pesquisa do Sebrae, as formas de financiamento mais usadas pelas MPEs continuam sendo os instrumentos de crédito comercial: pagamento de fornecedores a prazo (modalidade com participação de 53% no momento da pesquisa, em 2017) e uso do cheque pré-datado (28%).

O estudo mostra ainda que todas as alternativas de financiamento das MPEs, e não apenas o crédito bancário, apresentaram retração entre 2013 e 2017, exceto os itens “dinheiro de amigos e parentes” e “outros recursos financeiros”.

MPEs recorrem a recursos acessíveis mas caros, como cheque especial e cartão de crédito

Os instrumentos mais utilizados em 2017, no caso de bancos, são o cheque especial (19%) e o cartão de crédito empresarial (18%) — alternativas que, em geral, estão entre as mais caras oferecidas pelo sistema financeiro.

De acordo com o Sebrae, a opção por essas modalidades está associada à facilidade de acesso (pouca burocracia) a este tipo de crédito, comparado às demais opções oferecidas pelos bancos. Em contrapartida, encolhe o microcrédito, que poderia ser boa opção para os negócios menores, mas interessam menos aos bancos, devido à baixa margem de lucro neste tipo de operação e/ou custos operacionais elevados, por operação.

Avaliação do sistema bancário pelas pequenas empresas piorou

O ano de 2014, segundo o estudo do Sebrae, foi o período em que as MPEs deram a melhor avaliação para os serviços de crédito no sistema bancário brasileiro. Naquele momento, em que o nível de concessões de empréstimos se encontrava no auge, 55% atribuíram grau de bom ou muito bom ao sistema, 10% regular e 35% ruim/muito ruim.

Já em 2017, a pesquisa revela que a avaliação das MPEs sobre os serviços de empréstimo/financiamento do sistema bancário no Brasil foi a pior dos últimos cinco anos. Perto de 54% das consultadas classificou esses serviços como ruim/muito ruim.

Empresários criticam juros altos e burocracia

As principais reclamações foram sobre juros altos e a burocracia. Gonçalves, do Sebrae-SP, lembra que entre as instituições financeiras mais bem avaliadas pelas MPEs em 2017 se destacaram as cooperativas de crédito, que são consideradas mais acessíveis, menos burocráticas e mais baratas.

A avaliação de relatório do Sebrae nacional é que os resultados da pesquisa indicam que as alternativas tradicionais de crédito disponibilizadas pelo setor bancário às MPEs “não estão dando conta da necessidade desse grupo de empresas, e novas alternativas de financiamento precisam ser pensadas e estimuladas”.

Empreendedor deve avaliar momento certo para tomar recursos

Elenilton Souza, do Sicredi, lembra que o momento mais oportuno para um empreendedor contratar um crédito é quando ele consegue prever a obtenção de um retorno financeiro (rentabilidade) no seu negócio igual ou superior ao desembolso em encargos que ele irá pagar pelo empréstimo contratado.

Por conta disso, orienta, não é aconselhado que se inicie empreendimento já contraindo dívida, pois, neste momento, os demais gastos normais no período pré-operacional geralmente irão superar as receitas, em especial, pelo baixo ritmo inicial de negócios.

“Algumas situações, no entanto, podem ser ponderadas. Como, por exemplo, que uma eventual contratação de crédito venha com um prazo de carência para o início dos repagamentos ou até mesmo alguma modalidade que apresente um sistema de prestações crescentes ao longo do prazo do empréstimo”, destaca Souza.

Crédito é benéfico quando significa oportunidade de aumento das vendas

Ele lembra ainda que o crédito só será benéfico ao empreendedor quando ele aproveitar a oportunidade para aumentar o seu volume de vendas e, por consequência, de retorno financeiro. “Com isso, o negócio crescerá em um patamar que supere os encargos e riscos inerentes à sua contratação.”

Confira 10 dicas e cuidados sugeridos pelo Sebrae Nacional para os interessados em tentar financiamento:

1. Tenha em mente que crédito viabiliza oportunidades, não as cria;
2. Todo empréstimo precisa ser pago, caso contrário, a dívida aumenta e transforma-se em um grave problema;
3. Lembre-se que planejar a abertura e a expansão do negócio contribui para identificar e administrar os riscos e a capacidade de pagamento de eventual empréstimo;
4. Não se esqueça que, na abertura de um negócio, deve ser sempre aplicada uma boa parcela de recursos próprios;
5. É importante levar em conta que, em muitos casos, a necessidade de capital de giro tem origem na má gestão e no descasamento entre contas a pagar e a receber. Esgote esse caminho, coloque as contas em ordem antes de pedir empréstimo. É possível que perceba, depois desse procedimento, que nem necessita de recursos de terceiros;
6. Um empréstimo deve ser sempre aplicado na finalidade para a qual foi obtido: capital de giro, investimento ou misto (capital de giro associado a investimento);
7. Nunca pegue empréstimo com taxa de juros maior que a rentabilidade do seu negócio; essa é uma boa maneira de identificar se os juros praticados são altos para o empreendimento ou não;
8. Os bancos geralmente oferecem um pacote de produtos que complementam o relacionamento bancário com o cliente – compra de seguros e outros serviços financeiros. Não permita que esses ‘pacotes’ condicionem a concessão do empréstimo;
9. Não deixe de calcular (e comparar) os custos do empréstimo: tarifas e tributos que incidem direta ou indiretamente sobre o crédito; imposto sobre operações de crédito e câmbio e seguros;
10. Lembre-se: conhecer as diversas opções e condições de linhas e serviços financeiros reduz as dificuldades na negociação do empréstimo e permite a comparação entre as alternativas disponíveis.

 

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