Os analistas do BB Investimentos e da Coinvalores emitiram relatórios apontando para os resultados trimestrais fracos apresentados pela BRF (BOV:BRFS3), assim como os impactos negativos trazidos pela Operação Carne Fraca e pelas divergências internas sobre a direção da empresa.
“Os efeitos da operação ‘Carne Fraca‘, juntamente com algumas questões de gestão em termos de estratégia, levaram o EBITDA a deteriorar-se e a empresa atingiu sua alavancagem máxima de 4,79x, apesar de uma geração de caixa de R$ 717 milhões no 4T17″, escreveu a analista Luciana Carvalho do BB.
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A analista Sandra Peres, da Coinvalores, completou afirmando que “além dos problemas em seu resultado, que vem em uma sequência de queda”, a companhia não está internamente sólida. “Desta vez foram os fundos Petros, Previ e outros acionistas que propuseram uma AGE para a destituição de todos os membros do conselho, incluindo o presidente e o vice-presidente do Conselho de Administração”.
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Esse conjunto de fatores deve continuar pressionando o desempenho das ações da BRF, de acordo com Peres, o que gera grandes dúvidas sobre a corporação. Mas Carvalho é um pouco mais positiva e aposta que “a recuperação econômica gradual esperada para 2018 pode ajudar a empresa em sua estratégia focada nos ganhos de mercado e na estabilidade das margens, o que também depende da capacidade da empresa de administrar o negócio de forma assertiva”.
Até o momento, as duas corretoras estão revisando o preço-alvo para a BRF até o final do ano, mas Peres recomenda a manutenção para investidores com foco no retorno de longo prazo.