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Protecionismo amplia quedas nos mercados e desvalorização do dólar

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Mercados Globais

A informação de que o presidente dos EUA, Donald Trump, pretende elevar fortemente as tarifas de importação do aço e alumínio fez os mercados intensificarem o movimento de queda que já vinham realizando ao longo da semana.

Os efeitos diretos dessa medida, se ela for realmente implementada, serão o aumento dos preços dessas importantes matérias primas industriais, prejudicando os setores que as usam intensivamente (automóveis, eletrodomésticos, construção civil, etc) e colocando a indústria americana em condições desfavoráveis com os seus competidores. Além disso, não é razoável pensar que os outros países do mundo não reagirão a essa prática altamente protecionista dos EUA, aumentando impostos e restrições aos produtos americanos. As principais empresas industriais do planeta operaram em queda nos pregões da Ásia e Europa:

Com sinais de um início de uma guerra tarifária, os mercados globais permanecem preocupados com o aumento do protecionismo americano. Trump pretende impor tarifas a importações de aço (25%) e alumínio (10%), causando um alvoroço nas bolsas do mundo inteiro.

O principal índice acionário da Ásia registrou queda de 0,92% enquanto o índice acionário da Europa tem queda de 1,72%. Certamente, muitos países responderão ao protecionismo americano com retaliações, o que não deve tornar a situação menos desconfortável para a saúde da economia global.

Quando George Bush impôs tarifas sobre a importação de aço, em março de 2002, houve uma forte queda nas bolsas e uma forte desvalorização do dólar. Ademais, o mercado de trabalho foi prejudicado, assim como as taxas de crescimento econômico no mundo. Veja no gráfico abaixo, a desvalorização do dólar.

Além desses efeitos econômicos, a nova tacada de Trump revela a falta de coordenação de suas políticas, que sinalizam objetivos conflitantes. A promessa liberal, de liberar os mercados e incentivar a competição convive, ao mesmo tempo, com ações expansionistas no lado fiscal e protecionistas no comércio global.

Seus assessores estão saindo um a um, por razões diferentes, sinalizando falta de coesão e instabilidade. Essa característica do governo incentiva ainda mais o ceticismo dos mercados, em um momento de dúvidas em relação ao processo de normalização da política monetária.

O Federal Reserve caminhava até novembro para um ciclo de dois aumentos da taxa de juros. Após as aprovações dos pacotes de redução de impostos, em dezembro. e de gastos em infraestrutura, em janeiro, as altas sinalizadas subiram para três. Agora o mercado já discute a possibilidade de quatro altas em 2018.

Com esse processo de alta dos juros, em um ambiente de forte liquidez e altas apostas em ativos de risco, a possibilidade de um movimento de realização mais intenso é razoável e os mercados estão sensíveis a isso. O índice VIX, que ficou vários meses na região dos 10% passou a ter um comportamento mais instável, veja o gráfico:

A tendência é de termos pregões mais agitados, até que esse aumento de impostos seja absorvido.

Brasil

No Brasil, a FIPE divulgou o fechamento do índice de inflação para a metrópole de São Paulo, em queda de 0,42%. Esse é mais um indicador que confirma a tendência de queda da inflação, após o repique de dezembro e janeiro. Alimentos, habitação e despesas pessoais caíram significativamente, fazendo o índice ficar negativo em fevereiro. Diversos analistas do mercado já projetam a inflação de 2018 perto de 3,5%. Há seis meses os economistas ouvidos pelo BC projetavam inflação de 4% para esse ano. Veja o comportamento das expectativas do mercado para a inflação de 2018, desde o início do ano passado:

A queda substancial da inflação tem alimentado a visão de que os juros podem cair novamente nesse ano, para 6,0% ou 6,25% e se manterão baixos por muito tempo. Com isso os juros mais longos, para 2021, caíram de mais de 9%, em outubro, para os atuais 8,45%.

Com os impulsos negativos do exterior, o índice Ibovespa deve encerrar a semana em queda, depois de duas semanas em alta.

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