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De volta à realidade

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As expectativas otimistas de crescimento acima de 3% para este ano se dissiparam esta semana. Os fracos indicadores demonstram que, se crescer 2% em 2018, o Brasil estará no lucro. Mas enquanto uns se voltam para a realidade, outros tentam criar uma dimensão paralela. O time de decepcionados aumentou, assim como a petulância do Governo. Vide o convite de comemoração do aniversário de Temer no poder:  O Brasil voltou, 20 anos em 2.  Piadas à parte sobre o uso da pontuação, imagine se fossem 50 anos em 5. Há condições de concorrer às eleições?

Para 70% da população brasileira, Temer faz uma gestão ruim ou péssima. E, não é à toa que a rejeição ao governo atual é tão grande. Os dois anos de Temer de nada mudaram os problemas mais graves da economia. O PIB cresceu pifiamente e assim ficará este ano. O desemprego subiu e, junto com ele, o déficit fiscal. Em 2015, a economia registrou um produto de US$ 1,804 trilhão e em 2017 o valor ficou em US$ 2,02 trilhões. O desemprego médio, que era de 8,5% no ano de 2015, passou para 12,7% em 2017 e agora está em 13%. Já as contas do governo continuaram descontroladas. O déficit primário, que era de R$ 112,2 bilhões em 2015, fechou em R$ 124 bilhões em 2017.

Ah, mas a inflação caiu, a taxa Selic se encontra baixa e assim permanecerá. Esta é a grande conquista de um país que se encontra ainda em situação recessiva, com licença à palavra. Digo situação recessiva por conta do elevado índice de desemprego e baixo consumo. Além do mais, as teclas que esta coluna vem batendo semanalmente ainda são as mesmas: há uma incerteza muito grande para que os investimentos das empresas venham a salvar o ano. Para piorar, o cenário econômico internacional exibe riscos e nossos vizinhos tiveram que pedir penico ao FMI. Sobre as eleições, nem se fala.

Mesmo assim, até poucas semanas atrás escutava-se que este seria o ano divisor de águas do país. As expectativas de crescer acima de 3% pareciam mais no sentido de “eu quero acreditar que Temer deu certo e que o país agora está nos eixos” do que baseada em fatos. O balde de água fria que levou às revisões das projeções dos economistas veio com a divulgação do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do BC). O indicador recuou 0,13% em relação ao último trimestre de 2017 e 0,74% em março em relação a fevereiro.

Sabe-se que, em nenhum esporte e, muito menos na vida, o berro vence a razão. Decepcionado com a intensidade da recuperação econômica, David Beker, chefe de economia e estratégia do Bank of America Merrill Lynch no Brasil, divulgou nota em que reduzia de 3% para 2,1% a sua projeção de crescimento para o país. Já muitos dos economistas ouvidos pelo Focus ainda estão atrasados no ajuste de suas projeções. Segundo o relatório, eles esperam crescimento de 2,51% em 2018. O percentual está elevado e deve cair nas próximas divulgações. Há quatro semanas, a expectativa era de avanço de 2,76%.

Com os dados fracos, os economistas também acreditaram em novo corte da Selic. A manutenção em 6,5% aumentou o número de decepcionados. Pode ter até ocorrido um erro de comunicação do Banco Central neste meio tempo, mas diante das incertezas do cenário externo, o posicionamento da autoridade monetária não poderia ser diferente. Basta olhar o gráfico do dólar das últimas semanas.

O problema não é a inflação agora, mas a questão é que pobre precisa ter diferencial de juros para atrair os investidores ricos, ou melhor, nas palavras do BC: “A evolução dos riscos, em grande parte associados à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas, produziu ajustes nos mercados financeiros internacionais. Como resultado, houve redução do apetite ao risco em relação a economias emergentes”, declarou a autoridade monetária em nota.

Os Coeteris Paribus – do economês tudo o mais constante – é uma forma de se isentar de erros de projeções. No entanto, pouca coisa mudou do início do ano para cá. Na verdade, acrescenta-se somente a piora do cenário externo, pois falta de dinamismo da atividade econômica se mantém já há algum tempo. Para isso, basta ver os indicadores dos 20 anos em 2.

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