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Semana curta tem greve dos caminhoneiros na banguela, PIB, IGP-M, desemprego e dados fiscais

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A semana mais curta, com feriados nacionais no Brasil (Corpus Christi, quinta-feira, 31) e nos EUA (Memorial Day, segunda-feira, 28), promete ser agitada, com o mercado de olho nos desdobramentos da greve dos caminhoneiros, que segue fora de controle, e na crise dos combustíveis, mas também em indicadores importantes para a economia e nos desdobramentos da alta do dólar e dos juros nos mercados de renda fixa e câmbio. O Congresso também estará no centro das atenções, com o Senado marcando sessões extraordinárias já na segunda-feira para votar projetos de interesse dos caminhoneiros, como o preço mínimo dos fretes. Antes, porém, terá de tirar da pauta seis medidas provisórias que trancam as votações.

MPs para tentar acabar com a greve

Já o governo promete divulgar medidas provisórias que garantam que a redução nos preços do diesel nas refinarias chegue aos postos e que todos os estados deem desconto nos pedágios quando o caminhão estiver sem carga, com um dos eixos levantados. A equipe de Michel Temer negocia ainda a exigência dos caminhoneiros de estabelecer reajustes a cada 60 dias para o combustível, e não 30 como proposto.

Movimento ganha corpo e une esquerda e extrema direita

O desabastecimento de combustíveis e o corte de suprimentos para alguns setores, em especial o de frangos e suínos, que não podem ficar muito tempo sem os carregamentos de rações, ameaçam ter impactos mais graves sobre toda a economia, além de provocar forte instabilidade na população, mexendo com as expectativas, que já não andavam boas pelo enfraquecimento da retomada da atividade, pela alta do dólar e dos combustíveis e pela incerteza com as eleições. E há ainda o risco de a situação piorar, com outras categorias engrossando o movimento, caso dos petroleiros, que marcaram greve para a próxima quarta-feira. O movimento tem atraído apoio tanto de grupos mais radicais de esquerda, contrários ao governo e à política de ajustes e concessões da Petrobras, quanto de extrema direita, que defendem a volta da ditadura militar.

Leilões suspensos e olho no dólar na Petrobras

Enquanto isso, o mercado segue instável pela alta dos juros nos Estados Unidos e a crise local. Na semana passada, o Tesouro Nacional anunciou que vai suspender os leilões regulares de títulos públicos nesta semana e oferecerá a recompra para os papéis prefixados mais longos, as NTN-Fs, para reduzir as pressões de venda e interromper a alta dos juros dos papéis e as perdas dos fundos de investimentos. No mercado de câmbio, o Banco Central (BC) deve continuar com os leilões de contratos de swap cambial, para tentar suavizar a desvalorização do real e pressionar menos o dólar, impedindo um impacto maior nos preços dos produtos e nos juros. E, na bolsa, as atenções estarão voltadas para a pressão sobre a Petrobras e sobre sua política de preços, que pode levar ao enfraquecimento do presidente da companhia, Pedro Parente. A saída do executivo, que reconstruiu a governança corporativa da empresa e ajustou suas contas, teria efeitos desastrosos não só sobre a estatal, mas sobre todo o mercado brasileiro ao passar um péssimo sinal para os investidores internacionais e locais.

No destaque das divulgações, a divulgação pelo IBGE, na quarta-feira, do PIB do 1° trimestre, com dados que devem apontar dinamismo menor da economia em relação ao esperado no final do ano passado. Já na terça-feira, as atenções devem estar voltadas também para o IGP-M de maio, com provável aceleração dos preços do atacado (IPA), especialmente influenciados por bens industriais e refletindo tanto o câmbio como preços de derivados de petróleo.

PNAD Contínua e índice de confiança do consumidor saem na terça

A agenda doméstica traz ainda outros destaques: na terça-feira, saem dados sobre desemprego (PNAD Contínua) relativos a abril, e o resultado nominal do setor público para esse mesmo período, além do Índice de Confiança do Consumidor (maio) da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Serão conhecidas também informações sobre arrecadação de impostos, que o BC apresenta quarta-feira, relativas ao mês de abril; números da balança comercial (maio), divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), na sexta-feira (1/6), e, no mesmo dia, o Índice de Gerentes de Compras (PMI) de maio.

Mercado acompanha dados de emprego e inflação nos EUA

Na agenda internacional, o principal foco de atenção, segundo a equipe de analistas do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depec) do Bradesco, serão os dados de emprego e de inflação nos EUA, além de índices PMI em várias regiões. Na Ásia, os destaques serão dados de atividade no Japão e o PMI na China.

“A economia americana deve continuar mostrando bom ritmo de criação de vagas (perto de 200 mil); todavia, o comportamento do rendimento será novamente a informação mais relevante, bem como a evolução da inflação ao consumidor”, prevê a equipe em relatório a clientes. Já os PMIs (sairão dados de diversos países da Europa e dos EUA), na avaliação do Depec-Bradesco, “devem confirmar alguma moderação na margem (variação mensal) do ritmo de crescimento global”.

Previsão é de inflação moderada e fortalecimento do mercado de trabalho

Também na avaliação da Rosenberg Associados (RA), as atenções estarão voltadas para os dados de inflação e mercado de trabalho nos EUA, que devem impactar o ritmo de fortalecimento do dólar e as expectativas para a economia norte americana.

“A inflação deve se manter em patamar moderado, com o núcleo se mantendo mais uma vez abaixo da meta de 2% do Fed (BC americano)”, destaca relatório da consultoria. Para o mercado de trabalho, a expectativa da equipe é que continue se fortalecendo no mês de maio. “Na Zona do Euro, a inflação deve voltar a acelerar no mês, após o recuo observado em abril, se aproximando da meta de 2% estabelecida pelo BC Europeu”, dizem os economistas da consultoria.

De olho no movimento dos caminhoneiros e na sinalização de greve dos petroleiros, no dia 30

No cenário político interno, os desdobramentos da paralisação dos caminhoneiros e da crise de desabastecimento — que tumultuaram o país na semana que passou e vêm desgastando o governo Temer — vão continuar em pauta. E com um fato novo: a Federação Única dos Petroleiros (FUP) promete entrar em greve na quarta-feira, dia 30, indicando a manutenção de um quadro político tenso. Os petroleiros defendem a redução dos preços dos combustíveis e a demissão do presidente da Petrobras, Pedro Parente.

Governo sofre desgaste e poderá anunciar novas medidas contra a crise

Diante desse quadro de instabilidade, as atenções vão continuar voltadas principalmente para o governo, que autorizou o uso das forças de segurança para desbloquear estradas, na tentativa de reverter um quadro de caos e insegurança. O presidente Temer e sua equipe de ministros e assessores, de certa forma atropelados pela crise, poderão ter de tomar novas medidas para evitar que a situação se agrave.

Falta de sintonia entre os poderes

No plano político e eleitoral, as atenções devem se dirigir também para o Congresso Nacional, uma vez que desde o início da crise, ministros e aliados do governo no Legislativo parecem não se entender, e têm mostrado posições divergentes.

Ao mesmo tempo, a explosão do movimento dos caminhoneiros prejudicou especialmente o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB). Ele teve sua pré-candidatura à Presidência lançada na semana passada, com pouca repercussão, o que poderá criar dificuldades.

Acomodação nos resultados fiscais, PIB desacelerando e estabilidade na taxa de desemprego

Pelas estimativas do Depec-Bradesco, os resultados fiscais deverão mostrar acomodação do crescimento das receitas em abril. As previsões da Rosenberg são de que os resultados fiscais voltem ao positivo, para o governo central e consolidado, como sazonalmente ocorre em meses de abril. “A melhora da arrecadação, pela recuperação (ainda que gradual) da economia também colabora para resultados pouco melhores no campo fiscal, enquanto a finalização da antecipação dos precatórios, em abril, colabora negativamente para o resultado”, analisa a equipe.

Para o PIB do 1º trimestre, a estimativa da consultoria RA é que os dados da indústria, do comércio, dos serviços e mesmo da safra agrícola apontam para um primeiro trimestre “com dinamismo menor da economia do que o esperado ao final do ano passado”, o que se refletiria em taxa menor de crescimento na comparação interanual.

A taxa de desemprego, estimam os economistas do Depec-Bradesco, “deve ter ficado estável em abril”. Para o resultado do PIB no primeiro trimestre, os analistas do banco mantêm projeção  de alta de 0,3%. Porém, para o segundo trimestre, reconhecem que sua projeção de crescimento anterior, de 0,4%, “poderá não se concretizar, tendo em vista o desempenho dos indicadores já conhecidos de abril e maio, que sugere um ritmo mais moderado de expansão”.

Paralisação de caminhoneiros poderá afetar balança comercial

Já a balança comercial de maio, de acordo com os analistas da Rosenberg, deverá ser afetada pela greve dos caminhoneiros. “A princípio, as exportações podem acabar sendo mais afetadas que as importações; de qualquer modo, o saldo ainda deve ser elevado, haja vista o bom desempenho já acumulado nas primeiras três semanas (saldo parcial de US$ 5 bilhões)”, destacam. A Associação Brasileira de Proteína Animal estima que US$ 350 milhões deixaram de ser exportados por conta da greve dos caminhoneiros.

Clima de nervosismo e cautela nos mercados de risco

Na última sexta-feira, quinto dia da greve dos caminhoneiros no Brasil, com  a trégua sinalizada na noite anterior não se efetivando, o mercado teve mais um dia de nervosismo, e o Ibovespa, principal indicador médio do desempenho do mercado de ações no país, tornou a cair.  O índice encerrou aos 78.897 pontos (-1,53%), acumulando queda de 5,04% na semana e de 8,38% no mês, mas ainda com altas de 3,27% no ano e de 24,79% em 12 meses.

Na ausência de notícias positivas vindas do exterior, os mercados de câmbio e juros, destacam analistas do BB Banco de Investimento, também absorveram o sentimento de cautela diante da situação, danosa aos mais diversos setores da economia doméstica. E os  investidores optaram pelo desarme de posições, refletindo já as incertezas para a semana que se inicia, com esforços apenas pontuais do governo em torno de abastecimentos em locais estratégicos, como refinarias, para garantir a distribuição de combustíveis, sem, no entanto, haver sinais de um encerramento da questão de forma mais ampla.

Espaço para elevação da Selic só a partir de 2019

Alvaro Bandeira, sócio e economista-chefe da Modalmais, destaca em sua análise de conjuntura e dos mercados a divulgação na semana passada, pelo BC, da ata da reunião do Copom, em que manteve juros básicos em 6,5%, alegando balanço de risco desfavorável. “Da leitura (da ata) ficou a sensação que deixaram uma brecha para redução da Selic, mas isso está complicado”, escreve. Para ele, a leitura é que elevações dos juros só devem ocorrer para a virada do segundo semestre de 2019.

Bandeira destaca em sua análise que o grande problema da semana foi mesmo a paralisação do transporte pelos caminhoneiros, “com inação do governo e princípio de desabastecimento”, e movimentos do governo e da Petrobras levando insegurança aos investidores, com as ações da empresa registrando fortes perdas na quinta-feira, 24.

Situação dificulta precificação de ativos e mantém volatilidade nos mercados

Falando sobre as perspectivas para a semana, o economista destaca que “há muita coisa para ser avaliada, tanto no mercado local como no internacional, e ambos influirão diretamente na precificação dos ativos”. Com isso, ele avalia que a tendência é que se mantenha “grande volatilidade nos mercados de risco, concomitante à abertura de taxas nos títulos de vencimentos mais longo”.

Ainda de acordo com o economista-chefe da Modal, será preciso avaliar “o desenvolvimento de negociações e medidas, assim como os desdobramentos em relação à Petrobras que, por mais que seu presidente negue, segue pressionada”. Acrescenta ainda a importância de se acompanhar como se dará o ressarcimento do “congelamento” de preços do diesel, e como os investidores reagirão.

“Certamente há espaço para que o mercado possa reagir e, principalmente, a Petrobras”, analisa Bandeira. “Mas as discussões ainda estão abertas, o que significa difícil avaliação no curto prazo.” Na análise técnica, escreve o analista, “não deveríamos vazar para baixo o patamar de 78.250 pontos, sob pena de afrouxar ainda mais; para cima, (há) muito espaço para recuperar, até que retorne para a faixa de 83.600 pontos, zona grande de congestão”, completa.

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