Os investidores estrangeiros continuam retirando dinheiro da bolsa brasileira, em meio ao aumento dos juros no exterior e às incertezas eleitorais. No mês, até dia 12, saíram R$ 3,665 bilhões do mercado de ações brasileiro, elevando o déficit no ano para R$ 7,677 bilhões. Os números reforçam a tendência iniciada em maio, quando o saldo de estrangeiros bateu o recorde de retiradas, com R$ 8,433 bilhões. Somados os resgates de maio e junho, os estrangeiros já tiraram da bolsa brasileira R$ 12,098 bilhões em 42 dias.

A saída da bolsa não significa que o dinheiro está deixando o país. Ele pode ter sido transferido para papéis públicos enquanto o investidor não decide se vai remeter os recursos de volta. Mas uma parte pode estar voltando para o exterior e reforçando a alta do dólar.

Como os investidores estrangeiros representam mais da metade dos R$ 12,1 bilhões negociados diariamente na bolsa brasileira (volume 24% maior que no ano passado), sua saída provoca a queda das ações e explica a baixa do Índice Bovespa. De maio até 13 de junho, o Ibovespa já caiu 16,24% em reais, de 86.115 pontos no fim de abril para 72.122 pontos ontem. Em dólares, a queda do Ibovespa é de 21,32%.

Os estrangeiros representam 50,8% dos negócios feitos com ações na B3 em junho e neste ano, ou seja, de cada R$ 100 negociados, R$ 50,80 são de estrangeiros. No ano passado, esse percentual era de 48,4%.

Já as pessoas físicas respondem por 17,5% dos negócios no ano e 15,7% em junho. Os institucionais representam 26% do volume negociado no ano e 25,3% no mês.