Termina amanhã, dia 20, a oferta inicial de ações (IPO na sigla em inglês) do Agibank, banco digital que está abrindo seu capital. Segundo informações de mercado, a demanda pelo papel já supera em duas vezes a oferta, considerando o preço proposto, entre R$ 13,87 e R$ 16,95, com média de R$ 15,41.

Para os analistas da consultoria Levante, porém, não vale a pena participar da oferta. Em relatório enviado aos clientes, a recomendação é não entrar na oferta, apesar de o Agibank ter uma ótima operação e possibilidade de crescimento no longo prazo. Contra o investimento, a Levante cita o preço elevado em termos de múltiplos da empresa e premissas de crescimento usadas no cálculo do preço da ação extremamente elevadas.

O Agilbank é uma empresa de tecnologia que oferece produtos e serviços financeiros focada em um nicho carente de serviços financeiros: o mercado de microempreendedores individuais, micro e pequenas empresas e as classes C  e D.

O banco desenvolveu uma plataforma digital e conta hoje com 530 mil clientes e 450 pontos de atendimento físico em todo o Brasil. O banco usa o número do celular do cliente como número de conta corrente. É pioneiro no país nas contas 100% digitais e recebimento de contas mediante a leitura de códigos de barra bidimencionais.

O Agibank foi fundado há quase 20 anos em Caxias do Sul e é controlado pelo sócio-fundador, Marciano Testa. O banco tem nos CDBs sua principal fonte de captação, com prazos médios de 666 dias e valor médio de R$ 1.550,00.

A Levante lembra ainda que a quebra do Banco Neon em maio aumentou o receio dos consumidores em usar contas digitais.  A consultoria afirma também que o mercado está mais difícil para ofertas de ações devido à queda dos preços em meio à instabilidade internacional e às incertezas internas com a retomada do crescimento e a eleição presidencial. Duas ofertas, da Multilaser e da Bunge, foram adiadas, aguardando uma melhora do mercado.