O mercado acionário brasileiro teve um dia de recuperação acompanhando os mercados internacionais. As declarações de autoridades chinesas afirmando que vão buscar o diálogo com os Estados Unidos após o presidente Donald Trump impor tarifas a US$ 200 bilhões de produtos chineses reduziu a preocupação com uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, que poderia reduzir o crescimento mundial. Com isso, as bolsas subiram, desde a Ásia, com o índice da Bolsa de Xangai ganhando 2,16%, passando pela Europa, com o Stoxx 600 em alta de 0,78%, até as bolsas de emergentes. O Índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subiu 0,91%, enquanto o Standard & Poor’s 500, 0,87% e o Nasdaq, 1,39%.

Com isso, o Índice Bovespa encerrou o dia em alta de 1,96%, aos 75.856 pontos. O volume negociado foi de R$ 9,768 bilhões, abaixo da média de R$ 12 bi do ano. Os principais papéis do índice subiram, com Vale ON (papel ordinário, com voto) liderando o volume de negócios e com alta de 3,25%. A empresa se beneficia da redução da tensão entre EUA e China, já que as siderúrgicas chinesas são as maiores compradoras do minério brasileiro. Petrobras PN (papel preferencial, sem voto) subiu 3,10% e registrou o segundo maior volume do dia, seguida por Itaú Unibanco PN, com 1,89%, Bradesco PN, com 2,93% de alta, e Ambev ON, com 1,84% de ganho.

O destaque do dia foram as ações das siderúrgicas, beneficiadas pela melhora do mercado internacional e pelos dados de aumento das exportações de aço para os EUA mesmo após as restrições do país. Usiminas PNA liderou as altas do índice, com 9,30%, seguida por Magazine Luíza ON, com 7,74%, Gerdau Metalúrgia PN, 5,75%, Santander Unit, 5,64% e Gerdau PN, 5,44%.

As maiores quedas do índice foram de Hypera ON, 2,65%, Braskem PNA, 2,14%, Smiles ON, 1,49%, Qualicorp ON, 1,40% e Sanepar Unit, 0,87%.

No mercado de juros, as projeções dos contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) subiram, com o contrato para janeiro de 2019, que indica a projeção para este ano, passando de 6,82% para 6,86% hoje. Para 2021 a projeção subiu de 9,18% para 9,28% e, para 2025, de 11,19% para 11,35%. Além do dólar, o orçamento para 2019 aprovado ontem pelo Congresso trouxe preocupação aos investidores ao elevar as despesas para o próximo governo, com a liberação para reajuste dos salários do funcionalismo e outros gastos.

No Tesouro Direto, os juros dos papéis longos corrigidos pela inflação, as NTN-B, encerraram o dia pagando 5,76% ao ano mais IPCA para os vencimentos 2035 e 2045, ligeiramente acima dos 5,73% de ontem.

O dólar comercial subiu ligeiramente, 0,08%, para R$ 3,88 para venda. Já no mercado de varejo, ou turismo, das viagens e passagens, o dólar subiu 0,25%, para R$ 4,04 para venda. O dólar perdeu espaço em relação a diversas outras moedas de países emergentes, acompanhando a melhora dos mercados internacionais pela tensão menor entre EUA e China.