A empresa de educação Kroton (BOV:KROT3) divulgou um lucro líquido ajustado de R$ 562 milhões no segundo trimestre, 12,8% menor que no mesmo período do ano passado. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Lajida ou Ebitda, indicador de geração de caixa) ajustado foi de R$ 642 milhões, uma redução de 8,4% em relação ao ano anterior, mas em linha com o consenso de mercado, assim como o lucro, diz a corretora Magliano Investimentos. A margem Ebitda (que compara o indicador à receita) recuou para 42% em relação aos 46,1% no mesmo período de 2017. A ação da empresa está em queda de 6% na B3, negociada a R$ 10,17 às 16 horas. No mesmo horário, o Índice Bovespa caía 1,84%, para 77.156 pontos.
Segundo a consultoria independente Levante, o número total de alunos da Kroton atingiu 936,8 mil, redução de 2,6% em relação ao segundo trimestre de 2017. O ensino presencial apresentou queda de 6,3% e o ensino a distância cresceu 0,3%. Segundo a Kroton, a queda é explicada pelo maior nível de evasão escolar (aumento de 5%), um reflexo direto do alto nível de desemprego.
A receita líquida ficou praticamente estável e foi de R$ 1,5 bilhão. A queda na margem Ebitda é explicada pelo aumento dos custos com serviços prestados (alta de 2,1%. A Levante destaca ainda que houve redução do percentual de alunos com financiamento do Fies (de 41% em 2017 para 29% em 2018). A Kroton reiterou o guidance de Ebitda para 2018: R$ 2,3 bilhões. Para a Levante, o principal catalisador das ações da Kroton no curto prazo é a integração e ganhos de sinergia da integração com a compra da Somos Educação no ensino básico.
Já o UBS recomenda manter a ação da Kroton, com preço-alvo de R$ 11,50, apesar de considerar os resultados bons pois a empresa manteve seu guidance apesar do cenário de pressões sobre o crescimento orgânico e a rentabilidade. O banco suíço vê o setor pressionado no curto prazo.