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The Economist cita Bolsonaro como “ameaça” e “presidente desastroso”

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A tradicional revista britânica The Economist, conhecida por sua linha liberal e pela contumaz crítica ao governo da ex-presidente Dilma Rousseff, surpreendeu em sua capa para a última edição destinada à América Latina com uma reportagem especial sobre o favoritismo de Jair Bolsonaro, candidato do PSL, à Presidência da República no Brasil. Com o título “Jair Bolsonaro, a última ameaça para a América Latina”, e o subtítulo “Ele pode ser um presidente desastroso”, a revista destaca as posições conservadoras e populistas de Bolsonaro e alerta para a onda de conservadorismo que atinge não só a América Latina, mas também os Estados Unidos, com Donald Trump, na Ásia, com Rodrigo Duterte nas Filipinas e vários países da Europa, incluindo a Itália.

A reportagem começa lembrando o ditado “Deus é brasileiro” para em seguida argumentar que Deus pode ter saído de de férias. “A economia é um desastre, as finanças públicas estão sob pressão e a política está completamente podre”, diz o texto. “O crime de rua está aumentando também. Sete cidades brasileiras estão entre as 20 mais violentas do mundo”, afirma.

Segundo a The Economist, “as eleições nacionais no próximo mês dão ao Brasil a chance de começar de novo. No entanto, se, como parece muito possível, a vitória for para Jair Bolsonaro, um populista de direita, eles correm o risco de tornar tudo pior. Sr. Bolsonaro, cujo nome do meio é Messias, promete a salvação; mas, na verdade, ele é uma ameaça para o Brasil e para a América Latina”, alerta o texto.

Para a revista, Bolsonaro é “o último de uma parada de populistas”. “O Sr. Bolsonaro seria uma adição particularmente desagradável ao clube. Se ele vencesse, poderia colocar em risco a própria sobrevivência da democracia no maior país da América Latina”, afirma a revista.

O texto destaca as opiniões controversas de Bolsonaro, que teria explorado a sua fúria de forma brilhante. “Ele tem uma longa história de ser grosseiramente ofensivo. Ele disse que não iria violentar uma congressista porque ela era “muito feia”; que preferiria um filho morto a um filho gay; e ele sugeriu que as pessoas que vivem em quilombos são gordos e preguiçosos. “De repente, essa disposição de quebrar tabus está sendo tomada como prova de que ele é diferente dos hacks políticos da capital, Brasília”, diz a The Economist.

A revista explica a popularidade do candidato afirmando que “para os brasileiros desesperados para se livrarem de políticos corruptos e traficantes de drogas assassinos, o Sr. Bolsonaro se apresenta como um xerife sensato. Cristão evangélico, ele mistura o conservadorismo social com o liberalismo econômico, ao qual ele se converteu recentemente”. E lembra que “seu principal conselheiro econômico é Paulo Guedes, que foi educado na Universidade de Chicago, um bastião de idéias de livre mercado”, que defende a privatização de todas as empresas estatais brasileiras e a simplificação “brutal” dos impostos. “O senhor deputado Bolsonaro propõe reduzir o número de ministérios de 29 para 15 e colocar os generais no comando de alguns deles”, lembra o texto.

Na reportagem, a The Economist fala da “tentação Pinochet”, ditador que comandou o Chile de 1973 a 1990 de forma brutal, lembrando da admiração de Bolsonaro pela ditadura militar e a homenagem que o deputado fez ao coronel Brilhante Ustra, responsável por uma unidade do Exército que teria torturado 500 presos políticos e matado 40. E cita a declaração do vice, o general Hamilton Mourão, que no ano passado, ainda na ativa, defendeu a intervenção militar para resolver os problemas brasileiros. E ironiza o discurso anticorrupção do candidato, que estaria transformando a frase “rouba, mas faz” para “tortura, mas faz”.  O fato de Pinochet ter conseguido avanços na área econômica, também com a ajuda de economistas liberais da Escola de Chicago, os Chicago Boys, é outro ponto lembrado pela revista.

Para a The Economist, porém, Bolsonaro pode não ser capaz de converter seu populismo em uma ditadura no estilo de Pinochet mesmo que queira. Mas lembra que a democracia brasileira ainda é jovem e mesmo um flerte com o autoritarismo é preocupante. E o fato de Bolsonaro não tem muitos amigos políticos no Congresso seria um risco pois abriria espaço para mais ataques contra os parlamentares que podem pavimentar o caminho para algo pior.

A reportagem termina afirmando que os brasileiros deveriam compreender que fortalecer a democracia e reformar a economia não será fácil nem rápido. E que Bolsonaro não é o homem que vai fazer isso.

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