A 22ª rodada da pesquisa para presidente da República da corretora XP Investimentos e do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipesp) reafirma o cenário anterior: Jair Bolsonaro, do PSL, tem 58% de votos válidos, um ponto percentual a menos, contra 42%, um ponto a mais, de Fernando Haddad, do PT. A pesquisa reforça o cenário do levantamento do DataFolha divulgado ontem, que também trouxe Bolsonaro com vantagem folgada sobre Haddad.

Os dois candidatos oscilaram dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos para cima ou para baixo. O candidato do PSL agora lidera a corrida com vantagem de 16 pontos percentuais. Considerando o total de votos, que inclui os brancos, nulos e indecisos, Bolsonaro tem 51% e Haddad, 37%. O petista subiu um ponto e o candidato do PSL caiu um ponto.
A pesquisa da XP foi feita por telefone nos dias 15 e 17 de outubro com 2 mil eleitores e perguntou também sobre o desempenho dos candidatos na campanha, sobre democracia e o futuro governo.

Segundo o levantamento, Bolsonaro está se saindo melhor que Haddad na TV e no Rádio (48%, contra 30% do petista), mas principalmente nas mídias sociais (59% a 20%).

Enquanto mais eleitores vêem Bolsonaro com maior governabilidade do que Haddad, nenhum dos dois teria um trabalho fácil. A pesquisa mostrou que 45% acreditam que Bolsonaro seria capaz de governar e aprovar as reformas que o país precisa, mas outros 45% acreditam que ele enfrentaria muitas dificuldades. Em relação à agenda, 69% consideram que os serviços sociais e públicos, como saúde e educação, precisam ser os temas abordados imediatamente pelo novo presidente, seguidos pelos temas econômicos (17%) e direitos civis (11%).

Para 36%, democracia não importa e 73% estão insatisfeitos

Em relação à democracia, 56% disseram que essa forma de governo é superior a qualquer outra, enquanto 36% disseram que não importa (23%) ou que sob algumas circunstâncias, um governo autoritário pode ser melhor (13%). Outros 8% não responderam. No entanto, 73% disseram estar insatisfeitos (50%) ou muito insatisfeitos (23%) com a democracia no Brasil.

Rejeição de Haddad elevada

A rejeição a Fernando Haddad diminuiu de 65% para 52%, mas segue elevada, segundo a pesquisa XP. Já a de Bolsonaro recuou de 59% para 34%. Essa rejeição é um complicador para Haddad e revela mais a oposição ao partido, o PT, do que ao próprio candidato. E essa rejeição ao PT tem sido usada largamente por Bolsonaro para manter-se na liderança.