O economista e diretor do Banco Santander Roberto Campos Neto será o novo presidente do Banco Central (BC). Ele substituirá Ilan Goldfajn, que, em nota, elogiou a indicação e afirmou que se afastará do BC por motivos pessoais. Na nota, Goldfajn destaca a diretoria colegiada do BC, na qual representantes do mercado e funcionários de carreira trabalham juntos.
Os últimos presidentes do BC tiveram passagens antes pela diretoria da instituição. A exceção mais recente foi Henrique Meirelles, indicado por Lula no primeiro mandato.
O novo presidente do BC é neto do ex-ministro do Planejamento do governo Castello Branco, Roberto Campos, um dos maiores defensores do liberalismo econômico do país.
Abaixo, a nota do BC:
Banco Central/ Nota à Imprensa
Comunicado do Presidente do Banco Central do Brasil
O Presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn, felicita o governo eleito pela indicação, ao Senado Federal, do economista Roberto Campos Neto para sucedê-lo no cargo. Profissional experiente e reconhecido, com ampla visão sobre o sistema financeiro e a economia nacional e internacional, Roberto Campos Neto conta com seu apoio e sua confiança no futuro trabalho à frente do BC.
Ilan Goldfajn também ressalta as sinalizações recentes sobre política econômica feitas pela futura administração federal e as importantes indicações a cargos públicos na área, que visam o crescimento, com inflação baixa e estável.
O presidente Goldfajn adotará todas as providências para garantir a melhor transição no comando da autoridade monetária e, atendendo a pedido do novo governo, permanecerá no cargo até que o Senado aprecie o nome de Roberto Campos Neto, nos próximos meses.
A atual Diretoria Colegiada, com membros oriundos do setor privado e servidores de carreira, permanecerá à disposição do novo presidente do BC, contribuindo para a continuidade e a normalidade dessa transição.
Ilan Goldfajn também manifesta seu apoio ao projeto de autonomia do BC de autoria da Câmara dos Deputados e continuará trabalhando junto com os parlamentares para aprovar o texto ainda em 2018. A eventual aprovação da lei, com mandatos fixos e intercalados dos membros da sua diretoria (Presidente e Diretores), permitirá um futuro onde as transições do BC e do governo ocorram em momentos distintos, com conhecidos benefícios para a economia.
A atual gestão do BC tem se empenhado na aprovação da lei de autonomia com mandatos de tempo fixos, mas sempre com o intuito de valer para a próxima Diretoria.
Por fim, o presidente Goldfajn informa que seu afastamento do cargo se dá por motivos pessoais e agradece o apoio recebido dos integrantes do próximo governo, a quem deseja pleno sucesso.
Brasília, 15 de novembro de 2018
Banco Central do Brasil