Um laudo elaborado por peritos da empresa IBPTech, de São Paulo, e apresentado ontem (12) confirma que não houve qualquer elevação no nível de água na Barragem I, da Mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG).

Pelo contrário, houve uma redução gradual ao longo de 2018 e início de 2019. Em coletiva na sede da Vale, o diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores, Luciano Siani Pires, e o gerente-executivo de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos e Carvão, Lúcio Cavalli, apresentaram os resultados do estudo e informações técnicas detalhadas do monitoramento da barragem.

Siani afirmou que a Vale colabora ativamente com as autoridades e tem todo interesse no esclarecimento das causas do rompimento. “Contratamos um novo painel de especialistas independentes dos Estados Unidos, da Austrália e do Canadá, para ajudar na apuração dos fatos. Mas podemos dizer que a narrativa sobre o aumento dos níveis de água da Barragem I e de que o alarme de emergência poderia ter sido acionado previamente à ruptura não se sustenta diante dos fatos apresentados”, disse.

De acordo com o laudo do IBPTech, datado de 9 de fevereiro de 2019, a Vale tomou conhecimento no dia 21 de janeiro de que medições de 4 de 46 piezômetros automatizados – equipamentos que medem a pressão da água – tiveram problemas de configuração. A questão foi corrigida e, segundo o laudo, as informações dos 46 piezometros estavam corretas. Ou seja, tratou-se apenas de uma leitura equivocada dos dados.

“Os piezômetros monitoram a saúde de uma barragem. No caso da Barragem I, eles vinham, ao longo do tempo, mostrando que o nível de água estava caindo dentro da estrutura, o que foi registrado no relatório da empresa TÜV SÜD, em setembro de 2018. Por conta disso, o relatório certificou que a Barragem I se encontrava estável, com o seu fator de segurança acima do recomendado pela legislação”, afirmou Cavalli.