O ressegurador IRB Brasil Re (BOV:IRBR3) confirmou o anúncio de uma oferta de ações subsequente (“follow on”) para dar saída à União e ao Banco do Brasil, conforme antecipou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, em matéria no dia 6 de junho. Pelo fechamento atual, de R$ 101,45, a operação tem potencial para atingir cerca de R$ 8,5 bilhões. Nessa conta, a fatia do BB vale R$ 4,787 bilhões, e a da União, R$ 3,685 bilhões.

Segundo fato relevante, a precificação da oferta secundária, com esforços restritos, acontecerá na próxima quinta-feira (18). As ações que são objeto do “follow on” começarão a ser negociadas em 22 de julho.

O lançamento da oferta, o segundo no ano com ações do IRB, foi possível após mudanças regulatórias que permitiram que o ressegurador se tornasse uma empresa com controle pulverizado (“corporation”) como B3 e Renner. Com a saída de BB e União do bloco de controle, a governança da companhia será revista com a dissolução do acordo de acionistas.

Depois de meses de conversas, com discussões quase que diárias, Itaú Unibanco e Bradesco concordaram em permanecer com suas participações no ressegurador, conforme antecipou nesta quarta-feira (10) a Coluna do Broadcast.

Se comprometeram, inclusive, a não se desfazerem de suas ações pelos próximos 180 dias após a oferta, período conhecido como “lockup”. Apesar de terem preferência em comprar as fatias da União e do BB, os sócios privados não tiveram interesse em ampliar suas participações no IRB.

O ressegurador é controlado pela União (11,7%) juntamente com Itaú Unibanco (11,1%), Bradesco (15,2%) e Banco do Brasil, por meio da sua holding de seguros, a BB Seguridade, com 15,2%, além do Fundo Barcelona, administrado pela Caixa Econômica Federal e com 3%.

O governo de Jair Bolsonaro quer se desfazer dos papéis no âmbito dos desinvestimentos que têm feito, mas manter a “golden share”, ação que lhe dá direitos especiais em relação ao IRB, com algumas modificações.

No caso da BB Seguridade, a leitura é parecida, conforme fontes, com o adicional de que a holding vem se focando em segmentos mais voltados aos canais bancários, chamado de “bancassurance”. Nesse sentido, reviu a sociedade com a espanhola Mapfre no ano passado, saindo de seguro de automóveis e de grandes riscos.

A venda conjunta de BB e União será a segunda oferta com as ações no IRB neste ano. Em fevereiro último, a Caixa capitaneou uma operação de R$ 2,52 bilhões para dar saída ao Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (Fgeduc).

Desde então, as ações do IRB se valorizaram em 11,48%. No pregão desta quarta, quando os papéis subiram 6,79%, tal comportamento foi influenciado por informações de que Bradesco e Itaú manteriam suas participações no ressegurador, conforme antecipou essa semana a Coluna do Broadcast.

No acumulado de 2019, os papéis do IRB acumulam alta de 24,4%. Em um ano, as ações mais que dobraram de valor em meio ao reconhecimento do mercado ao desempenho operacional do ressegurador, que tem se expandido internacionalmente.

Com Infomoney