O dólar teve a sexta queda consecutiva e fechou a segunda-feira no menor nível em 30 dias, cotado em R$ 4,1293, em baixa de 0,42%. O câmbio teve dois movimentos distintos. De manhã, a moeda americana subiu e no início da tarde, passou a cair. Os números bons da balança comercial da primeira de dezembro, com superávit de US$ 1,6 bilhão, ajudaram a estimular as vendas de dólares.

Na mínima do dia, no início da tarde, o dólar caiu a R$ 4,1256. Na máxima do dia, pela manhã, foi a R$ 4,16. Operadores relataram um movimento de recomposição de posições mais defensivas, após a queda de mais de 2% da semana passada.

A cautela antes de uma série de eventos importantes da semana também justificava a busca por proteção no dólar, ressalta um gestor. Até quinta-feira, serão três reuniões de política monetária, no que vem sendo encarada pelo mercado como a última semana de eventos importantes de 2019.

O Banco Central do Brasil e o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) anunciam suas decisões na quarta-feira. No dia seguinte, é o Banco Central Europeu.

Mais do que os resultados em si, os investidores estão aguardando pistas sobre os próximos passos da política monetária dessas regiões, ressaltam os estrategistas do Danske Bank. Eles pontuam ainda que os mercados estão monitorando de perto as negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos, levando em conta que a partir do próximo dia 15, entra em vigor nova rodada de aumento de tarifas de produtos chineses.

O operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, comenta que a queda do dólar hoje reflete o saldo forte da balança comercial e a perspectiva de que a China e EUA vão conseguir chegar ao acordo “fase 1”. As exportações chinesas em novembro decepcionaram, com queda anual de 1,1%, mas declarações de dirigentes do país vêm alimentando otimismo com o avanço das conversas, ressalta ele.

No caso das exportações brasileiras, a queda rápida do superávit comercial vinha preocupando as mesas de câmbio. Em novembro, antes da revisão dos dados pelo Ministério da Economia, o Brasil teria o primeiro déficit comercial desde 2015. Por isso, o dado da primeira semana de dezembro traz alívio. “Foi um número bem positivo”, diz Faganello.