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ENTREVISTA-Estatal Nuclep expande e prevê faturar R$300 mi com torres de energia até 2022

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SÃO PAULO (Reuters) – A estatal Nuclebrás Equipamentos Pesados, a Nuclep, que atua principalmente no fornecimento de equipamentos para os setores nuclear e de defesa, decidiu ampliar os negócios para a indústria de transmissão de energia, na qual prevê faturar mais de 300 milhões de reais em 2022.

A companhia, que possui um parque fabril em Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro, fechou parcerias para passar a fabricar torres para linhas de transmissão e já aposta em planos de expansão no novo ramo, disse à Reuters o presidente da empresa, Carlos Henrique Silva Seixas.

O movimento vem enquanto o governo avalia a possível privatização da Nuclep em meio a planos da administração Bolsonaro de amplas vendas de ativos estatais.

O Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo manifestou-se no ano passado a favor da inclusão da empresa no Plano Nacional de Desestatização (PND), o que aguarda deliberação presidencial.

Enquanto não há decisão nesse sentido, a aposta em diversificação deverá ajudar a garantir a saúde financeira da empresa, ao gerar uma receita mais estável do que projetos nucleares e de defesa, que têm sofrido atrasos, segundo o CEO.

“Para uma companhia que constrói submarino, que constrói equipamento nuclear, construir torres é muito simples. Estamos entrando nesse mercado muito felizes, porque vai dar uma receita constante para a Nuclep, coisa que nesses 40 anos de empresa a gente nunca teve”, disse Seixas, que é contra-almirante da Marinha.

O plano da fabricante ligada à estatal Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) aproveita uma forte demanda por equipamentos do setor de transmissão de energia no país.

Seixas explicou que a companhia adquiriu as máquinas para fabricação de torres de transmissão em acordo com a Metha Engenharia e agora possui capacidade para fornecer até 12 mil toneladas desses equipamentos por ano.

Essa capacidade ainda deverá ser ampliada nos próximos meses para cerca de 40 mil toneladas por ano, com a compra de cinco novas máquinas.

A expansão já será necessária para atender ao primeiro contrato de fornecimento fechado pela Nuclep no setor, que prevê a entrega de torres para um projeto controlado pela francesa Engie que será construído pela empreiteira Tabocas.

“A gente começa nos próximos dois ou três meses a entregar as primeiras torres, e vai até ano que vem, até meados de 2021”, afirmou Seixas sobre o negócio.

As torres vão para o projeto Novo Estado, que envolve a construção de cerca de 1,8 mil quilômetros em linhas de transmissão entre o Pará e Tocantins. O empreendimento foi adquirido recentemente pela Engie junto à indiana Sterlite.

“Nossa ideia é partir neste ano de um faturamento de mais de 100 milhões de reais, para chegar ano que vem a 240 milhões. Dependendo da demanda, poderíamos chegar a talvez 300 milhões em 2022”, afirmou Seixas.

Essa evolução ainda prevê uma nova expansão da capacidade produtiva da empresa em torres, para 60 mil toneladas por ano, acrescentou ele.

“Vamos ver como será a resposta do mercado, é um segmento que está bastante pujante e estamos entrando com boas expectativas.”

O setor de transmissão de eletricidade do Brasil tem atraído fortes interesse de investidores locais e internacionais nos últimos anos, em meio à licitação pelo governo de bilhões de reais em novos empreendimentos.

No final do ano passado, a Tabocas, que atua na construção de linhas, disse à Reuters que a rápida expansão no setor gerou um gargalo na indústria brasileira de torres para linhas de transmissão, com falta de equipamentos no mercado.

PERSPECTIVAS

O CEO da Nuclep disse que, com ajuda dos contratos de transmissão e expectativas de outros negócios, a empresa deve ter em 2020 o maior faturamento de sua história.

O contra-almirante, no entanto, não revelou números sobre o faturamento da estatal, criada em 1975, durante o governo militar do presidente Ernesto Geisel.

Seixas destacou que conversas sobre a privatização da companhia estão em fase inicial e que ainda não há passos concretos nesse sentido, o que dependerá também da definição de uma modelagem para o negócio.

Segundo ele, a ideia é tocar os negócios da empresa naturalmente enquanto isso, inclusive com esforços para melhorar suas finanças.

Em 2019, a empresa enxugou a folha de pagamento em 100 milhões de reais, afirmou.

O executivo também disse que a empresa está se preparando para atuar na construção do que deve ser o primeiro submarino com propulsão nuclear do Brasil e da América Latina.

Por enquanto, a Nuclep já tem contrato para confeccionar parte do protótipo do reator nuclear que está sendo desenvolvido pela Marinha para equipar o futuro submarino.

Por Luciano Costa

 

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