BRASÍLIA (Reuters) – O Banco Central informou nesta quinta-feira que a linha de swap de 60 bilhões de dólares com o Federal Reserve, o BC norte-americano, não implica condicionalidades de política econômica e será utilizada para incrementar os fundos disponíveis para as suas operações de provisão de liquidez em dólares.

Com isso, ela aumentará “a oferta potencial de dólar no mercado doméstico”, disse o BC em nota.

A autoridade monetária informou ainda que tomará as medidas regulamentares e operacionais necessárias para a implementação da iniciativa, observando limites e condições a serem estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A linha havia sido anunciada mais cedo pelo Fed, que abriu as torneiras para que bancos centrais em mais oito países também tenham acesso a dólares na expectativa de impedir que a epidemia de coronavírus cause uma crise econômica global. Para todos eles, incluindo o Brasil, o acordo permanecerá em vigor por pelo menos seis meses.

O BC afirmou que a linha de liquidez soma-se ao seu conjunto de instrumentos disponíveis para lidar com a alta volatilidade dos mercados em decorrência da pandemia do Covid-19.

Segundo o Fed, os swaps –em que o banco central norte-americano aceita outras moedas como garantia em troca de dólares– permitirão que os BCs dos nove países acessem um total combinado de até 450 bilhões de dólares, dinheiro que vai garantir que o sistema financeiro dependente de dólares continue a funcionar.

Os novos instrumentos vão garantir o fornecimento de liquidez de até 60 bilhões de dólares cada para os BCs de Austrália, Brasil, Coreia, México, Cingapura e Suécia. Os BCs de Dinamarca, Noruega e Nova Zelândia terão acesso a 30 bilhões de dólares cada.

Esses países receberam linhas de swap durante a crise de 2007 a 2009, e o Fed tem acordos permanentes de swap com os bancos centrais do Canadá, da Inglaterra, do Japão, com o Banco Central Europeu e o da Suíça.

Por Marcela Ayres